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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

PEÇA: DO JEITO QUE VOCÊ GOSTA


Companhia Elevador de Teatro Panorâmico
aperta o “sobe” e comemora seus 10 anos
de existência com uma comédia de Shakespeare



Toda obra de Shakspeare parece complexa. Textos longos, muitos personagens, tramas, relacionamentos que tem tudo para dar errado, mas com pelo menos um personagem disposto a dar um jeito na situação. O que impressiona, além do texto brilhante e digno do autor, é a maneira tão criativa com que os diretores da atualidade conseguem solucionar, por exemplo, uma cena de homens fugindo por uma floresta, ou se reunindo para um grande banquete.

A Companhia Elevador de Teatro Panorâmico alcançou um excelente resultado  em “Do jeito que você gosta” abrindo mão de cenários, ocupando o vazio apenas com seus personagens em cena que se revezávam em dois ou três, usando mais que o espaço diante dos olhos da platéia, fazendo-os olhar para cima e para os lados – nas laterais do palco há uma coluna de ferro por onde os personagens podem escalar enquanto dialogam, ou mesmo subindo e descendo uma das escadas que os coloca num mezanino e a terceira parte superior, que surpreende quando menos se espera pelo surgimento de algum personagem.

Quando alguns deles entram no palco usando uma capa azul, já no final da cena estão invertendo a vestimenta que dá lugar ao vermelho, o que os torna agora súditos de outro senhor. Da mesma forma o exército que sai a procura do mocinho, de repente paralisa e se transforma em árvores por onde o herói se esconde. Nada genial, porém muito criativo e divertido para o público que, atento, acompanha algumas dessas trocas de figurino e personagens ali mesmo no palco.

Definitivamente, Shakespeare não é para qualquer ator, e qualquer diretor que encare o desafio, deve ter um grupo de alto nível para cumprir o papel de intérpretes da obra deste autor excepcional. Neste caso o objetivo de Marcelo Lazzaratto foi plenamente atingido: cada um dos atores teve a oportunidade de mostrar seu brilho, e o fez, inclusive ele próprio, que estava em cena nos personagens dos Duques, e demonstrava um grande orgulho quando quieto apreciava a interpretação de seus pupilos, com um ligeiro sorriso no canto dos lábios.

Destaque para a caracterização e interpretação de Maurício Schneider, o bobo Toque, engraçado, intrigante, e que tantas verdades reflexivas despeja sobre todos. Ele esteve no palco por boa parte dos 150 minutos de peça, caricato, de pele clara, cabelo loiro e em pé, olhos azuis arregalados ou quase fechados, falando bem alto ou bem baixinho, rodopiando, pulando, inquieto o tempo todo! Primorosa participação de um excelente ator.

E foi assim, bem do jeito que a gente gosta, que a trupe comemorou os seus 10 anos de existência, colocando em cartaz também outras 03 obras que celebram esta mova fase para o grupo – “A hora em que não sabíamos nada uns dos outros”, de Peter Handke; “Amor de improviso”, peça processual improvisada e “Eu estava em minha casa e esperava que a chuva chegasse”, de Jean-Luc Lagarce. O grupo fechará 2010 com o lançamento do livro “O campo de visão: exercício e linguagem cênica”, aguardado para o mês de dezembro. E que venha 2011 – Sobe!



DO JEITO QUE VOCÊ GOSTA

Autor: Willian Shakespeare
Direção: Marcelo Lazzaratto
Elenco: Ademir Emboava, Carolina Fabri, Daniela alves, Gabriel Miziara, Juliana Pinho, Marcelo Lazzaratto, Marina Vieira, Maurício Scneheider, Pedro Addad, afael Zenorini, Rodrigo Spina, Wallyson Motta.

Até 19/12/2010

Sexta 20h30; sábado 20h; domingo 19h – DURAÇÃO: 150 min.
R$30,00 (inteira) e R$15,00 (meia)

 
Espaço Elevador – Rua Treze de Maio, 222 – Bela vista – Tel: 11-34777732




Talita Godoy
08/12/2010


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sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

CONVITE P/ 04/12 às 23h59

Olá!


Este ano vou comemorar meu aniversário de forma diferente:

QUANDO: sábado, 04/12 às 23h59

ONDE: Teatro Sátyros 1 - Rua Franklin Roosevelt, 214

PEÇA: "HIPÓTESES PARA O AMOR E A VERDADE"

BILHETERIA: R$30,00 (inteira) R$15,00 (meia)


Vc está convidadíssimo!!!

OBS: Veja minha crítica sobre a peça no post do dia 17/07



Bjs
Talita


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domingo, 28 de novembro de 2010

ARTIGO - Valor intelectual nas organizações

    


Administração participativa reconhece
valor do capital humano


    O valor intelectual para uma empresa está no colaborador. Por meio da comunicação organizacional se dá a potencialização deste valor. Neste ponto surge como tendência a administração participativa.



     O modelo participativo utiliza como principal ferramenta de gestão os processos comunicativos. O empresário Ricardo Semler (2006) insiste neste modelo por tratar o colaborador com o máximo de atenção possível, pois nele está o maior capital da empresa, o valor intelectual de cada um. Ele defende a idéia de que conhecer o colaborador o permite perceber suas reais habilidades e que há um lugar estratégico para ele na empresa.

Este encontro promove o homem certo no lugar certo e, se estiver satisfeito, o colaborador tem totais possibilidades de desempenhar sua função da melhor forma possível. Ele acredita que a satisfação do colaborador diminui a rotatividade de funcionários, aumenta a credibilidade da empresa, gera maior envolvimento do colaborador com o seu trabalho e com os resultados da organização, entre outros benefícios.

Semler (2006) herdou uma empresa familiar e soube como romper com a velha maneira de administrar, repleta de padrões, convenções, normas e tradições. Para ele o modo antigo em nada contribui, já está obsoleto, ultrapassado, e em termos gerais, o mundo hoje está pior do que era há 50 anos.

Ele propõe um combate à educação conformista, a enganação grotesca, ao modismo nas organizações que surgem de tempos em tempos. O empresário  aponta:

"Uma meia-vida do uso dessa ferramenta tríplice (o uso de 3 por quês) tem me mostrado que a primeira resposta todo mundo tem. A nossa educação conformista e conformadora dá conta disso. Aprendemos a perguntar apenas quando é a hora certa, e sentarmos por horas ouvindo bobagens e decorando-as, a sermos treinados e uniformizados ad nauseum, a desejarmos o que a sociedade nos ensina que devemos desejar. Como resultado, vamos consolidando nossas respostas e visões, a ponto de ficarmos calcificados nas nossas afirmações, no que Goethe tratava como weltanschauung – jeito de enxergar o mundo. (...) São esses mecanismos antropológicos de conservação que impedem a mudança acelerada da sociedade" (SEMLER, 2006, p.13). 

Em sua crítica ao “jeito velho de fazer as coisas”, Semler (2006) coloca que isso é bom para pessoas que lidam mal com excesso de novidades:

"A velocidade de assimilação não se compara com o do avanço da tecnologia. E esse descompasso gera o mal estar – lembra um ditado árabe que diz que a alma viaja a camelo. Ou seja, não adianta correr com a tecnologia, os humanos demoram para acompanhar" (SEMLER, 2006, p. 14).

Com esta análise, o que Semler (2006) propõe é parar com embromação e ir direto ao ponto: tratar o colaborador como um indivíduo digno de respeito, consideração e se quiser ter o colaborador como um forte aliado, fiel, engajado, ele tem que ser tratado em primeiro lugar como ser humano capaz de tudo isso.

Uma das idéias foi criar o redondograma, algo que expressa bem a prática administrativa ao estilo Semler:

"A idéia era simples. Se a pirâmide lembrava uma auto pista de oito faixas que se afunilava para quatro, depois duas e uma só, era fácil imaginar a competição e falta de humanidade de um desenho desses. E qual, afinal o mecanismo de poder numa organização? Há o poder artificial, o da caixinha num organograma, das estrelas no ombro, do decreto-lei, que só funciona se o sistema de penalidades for forte. O outro formato do poder é o respeito natural. Esse é simples, quando está em vigor funciona com eficiência. Mas quem é respeitado por uma questão técnica, ou moral, por exemplo, não o é, necessariamente como líder..." (SEMLER, 2006, p.114).

Segundo ditado popular que bem se aplica no meio empresarial, o poder está fundamentado na informação:

“Poderoso é o que tem e retém a informação que os outros não têm". É neste sentido que a comunicação destaca-se como uma poderosa vantagem competitiva. Simplificar os processos, tornar a administração mais horizontal, com poucos níveis hierárquicos, contribui para facilitar os meios de comunicação, informação e conhecimento.

Semler (2006) alcançou o “quase impossível” com o seu sistema pessoal de comunicação - “Simples, é verdade, mas quase impossível, se consultados os experts em administração”.

Desta forma Semler (2006) tornou sua empresa vencedora. Ao considerar seus colaboradores como um capital intelectual vislumbrou a necessidade de simplificar e melhorar a comunicação interna e assim destacou as habilidades internas.

"Empresas vencedoras são aquelas que alcançam a superioridade nas habilidades internas, e não apenas nas competências centrais. (..) Embora cada departamento possa ter competências centrais específicas, o desafio é desenvolver uma capacidade competitiva superior no gerenciamento dos processos-chave da empresa. Staek chama isso de concorrência baseada em capacidades" (KOTLER 2006 p. 52).

No exemplo da Semco, Semler (2006) demonstra a filosofia da organização:

"O que queremos afinal, não é simplesmente ter uma empresa democrática. De pouco nos adiantaria uma democracia do trabalho, resultando no fracasso financeiro. Mas também um sucesso econômico que usasse a mão de obra como simples instrumento que enriquecesse apenas os acionistas também não nos parecia competitivo e sustentável. Não coloco aqui questões morais, dizendo que a falta de democracia não seria justa ou ética. Estou afirmando que é também melhor negócio e melhor fonte de gratificação" (SEMLER, 2006, p.115 ).

Esta idéia é defendida como um valor, como uma arquitetura para o futuro que fornece ferramentas de gestão mais inteligentes e condizentes – e condizentes com os aprendizados sociais da humanidade (SEMLER, 2006 p.115).  E até os executivos mais “durões” do planeta param para pensar no assunto, apesar da total descrença em seus métodos revolucionários.

O empresário Ricardo Semler é observado aqui de maneira detalhada por ser um dos poucos que realmente mostram a situação como ela é. Ele afirma como é o comportamento dos funcionários que desistem de tentar falar, pois percebem que não serão ouvidos e limitam-se a cumprir a função para a qual foram contratados.

E comenta: "(...) que vida mais medíocre, e que desperdício de potencial! (SEMLER, 2006, p.160).

Nassar (et al, 2005, p. 120) coloca bem sua posição sobre o colaborador saber para onde vai e propõe a Ação Estratégica, desenvolvida por Jurgen Habermas como a Teoria da Ação Comunicativa. Se os interesses da organização vêm de cima para baixo tendo o colaborador como agende passivo na comunicação, o que recebe e cumpre, ele depende de clareza para a sua compreensão.

Mas quando os princípios não são bem entendidos, as respostas apresentadas não correspondem às esperadas em conseqüência disso; o mesmo acontece em qualquer esfera da vida, seja ela familiar, social, não apenas na profissional.

A linguagem orientada ao entendimento atua para coordenar a ação. O autor ressalta a importância de se ter o colaborador como “protagonista no processo de comunicação”:

“...estabelecer uma ação gerencial dialógica onde o entendimento, o comprometimento e os conseqüentes resultados podem ser surpreendentes” (Nassar et al, 2005, p. 121).

Nassar (2005) cita dois tipos de gerência quanto à comunicação: Gerência Monológica – Trabalhador em massa (Fordismo) e Gerência Dialógica – Flexibilização organizacional (Pós-Fordismo), este segundo considerando o trabalhador como um ator não coadjuvante.

Trazendo o colaborador para o papel principal da comunicação interna o ganho será alto. Ele tem que fazer parte dessa estratégia. Ser espontâneo e participar do processo de comunicação nos negócios tem uma expressiva parcela de influência sobre o cliente externo.

Albert Mehrabian, um professor da UCLA, realizou uma série de estudos famosos no começo dos anos 70 sobre a importância relativa dos diferentes tipos de comunicação na transmissão do significado. O que ele constatou foi surpreendente: só 7% do significado das comunicações derivavam das palavras em si. Os outros 93% se deviam a pistas não verbais – 38% do significado provinham da forma como dizemos as coisas (tonalidade) e 55% do significado, da fisiologia da comunicação, da linguagem corporal (FUGERE et al, 2008 p. 166).

Sendo assim, não importa tanto o script verbal e nem as palavras ou comportamentos minuciosamente programados para acontecer, se aquilo tudo apagar a personalidade do colaborador: os 7% dos manuais terão eficácia perante os 93% que dependem inteiramente do capital intelectual de maior valor para a empresa - o colaborador.


QUESTÃO ÉTICA

E não apenas o conhecimento é um valor intelectual, mas o comportamento em si, quando se usa a ética na vida e nos negócios: Uma boa atuação ética é simultaneamente uma boa atuação profissional.

"A ética revela nos homens algo de mais valor que a simples atuação. A ética empresarial é uma exigência da pessoa, qualquer que seja seu trabalho (...).
Em muitas empresas, imersas na competitividade e sem tempo para nada, os trabalhadores são apenas 'recursos humanos'. (...) A ética limita oportunidades de negócios? A busca da rentabilidade não se opõe necessariamente À ética, pois existem qualidades graças as quais se trabalha mais e melhor; e porque existem outras dimensões da vida que pressupõe limites à rentabilidade. Por exemplo: 'As normas são boas para todos, mesmo que num momento particular não me favoreçam', ou seja, a resposta a essa pergunta poderia ser: 'não é só isso e não é sempre assim'" (CLAVO, 2008 p.122).

Cabe ao gestor de comunicação transmitir - e até mesmo traduzir, se necessário - os valores éticos da organização lembrando que o comportamento da organização se reflete num grupo maior de pessoas, todos aqueles que são direta ou indiretamente ligados a ela.

Ter respeito significa reconhecer que os indivíduos sustentam relações fora da empresa, possuem autonomia, privacidade, dignidade, direitos e necessidades.

Por outro lado, os executivos devem respeitar a propriedade intelectual e privada, tendo cuidado especial quando a atividade comercial envolve a propriedade alheia (pública ou da natureza).

Em suma, o comportamento baseado nesses valores beneficia toda a sociedade, a empresa e a economia na qual a empresa se insere (CLAVO, 2008 p. 127).



VISÃO HOLÍSTICA

Sendo a comunicação integrada ponto fundamental no processo de administração de empresas, seria um ato falho desconsiderar o colaborador como ser antropológico, ser pensante, composto por alma, emoções, sentimentos, ser humano, pois é exatamente para ele que se destina a comunicação integrada.

Não apenas saber o que acontece em sua área de atuação é importante ao colaborador, mas ter uma visão holística da empresa, também para que ele compreenda, participe, se posicione, passe a perceber que há uma função na sua atividade. As pessoas simplesmente não entendem a razão de fazerem o que fazem. É por isso que o problema maior de qualquer empresa é sempre comunicação.

“'Ei, João, por que você acha que temos o direito de existir como empresa? Você entende em que contribui para isso?' João, normalmente, não tem a menor idéia da resposta. Nem entende as perguntas. João não sabe por que tem direito a um salário. A maioria das empresas esta cheia de Jooes. Pode apostar que, na enorme maioria delas, as pessoas não tem noção da idéia básica que garante a existência dos seus empregos" (NÓBREGA, 2001 p. 73).

Por meio de todo o material de comunicação interna o colaborador se capacita para criar e manter um bom relacionamento interno e com o cliente externo. A administração pode enxergar o colaborador assim, como um ser por completo, cheio de necessidades, aspirações, interesses e dúvidas e mais do que isso, um ser altamente capaz de realizações incríveis.

A informação é uma ferramenta que preenche muita dessas lacunas e, quando possível, dar ao colaborador o acesso à informação é uma maneira de demonstrar o respeito necessário e de facilitar a excussão de processos.

Trabalhar é um ato social exercido desde a portaria da empresa até a sala presidencial e numa mesma empresa estão todos envolvidos num só processo.






BIBLIOGRAFIA


CLAVO, Luiz Claveto. Aristóteles para executivos – como a filosofia ajuda na gestão empresarial. São Paulo: Globo, 2008.

KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de Marketing. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.

NASSAR, Paulo. O que é comunicação empresarial. São Paulo: Brasiliense, 2006.

NÓBREGA, Clemente. Supermentes: do big bang à era digital. São Paulo: Negócio Editora, 2001. 

SEMLER, Ricardo. Você deve estar louco! Uma vida administrada de outra forma. Rio de Janeiro: Rocco, 2006.






POR: TALITA GODOY


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Dia do Cabelereiro - 03 de novembro









    A postagem anterior me fez reconhecer uma injustiça da minha parte. Dia 03 de novembro foi o dia do Cabelereiro e os meus são o máximo! Eles atuam como professores da ACAUB - Agremiação dos Cabelereiros Unisex do Brasil.

Como tenho um pezinho em causas sociais, não poderia deixar de fora do Blog esse pessoal que tanto contribui para a profissionalização e aperfeiçoamento de cabelereiros, como também contribui para o acesso às classes menos favorecidas a ter um visual mais bonito, uma aparência mais digna e até mesmo limpa.

O aluno tem como diferenciais a mensalidade dos cursos - bem menor do que das outras escolas - e o horário de funcionamento que inclui o domingo de manhã. Em contra partida, para os clientes, chamados de modelos, o preço dos serviços é quase simbólico, tornando possível a qualquer pessoa fazer um corte de cabelo, ou mesmo a barba, por exemplo.

Para que os alunos disponham dos "modelos de cabelo" para colocar a teoria em prática, é comum a participação em ações sociais, como alguns tipos de mutirões realizados dentro de outros eventos.

É por isso que admiro aquele pessoal. Do meu jeito, os prestigio indicando  corte de cabelo, escova, hidratação, e outros serviços prestados.

Antes que alguém me pergunte: sim, por ser uma "escola" dá medo de sair de lá careca,  mas cada aluno tem ao seu lado um professor para instruir pessoalmente em cada detalhe do trabalho. Resultado: sempre perfeito! Em quase cinco anos de frequência, nunca saí de lá insatisfeita.
E de tanto corta daqui e corta dali, no final de agosto participei de um concurso de penteados, fui modelo de corte do professor e amigo Xexeu no 25 Campeonato Brasileiro de Cabelereiros ACAUB (fotos acima). Minhas madeixas de tamanho médio deram lugar a um look bem mais curto atrás e franjão. Ficou muito bacana, tanto que causei inveja na mulherada mais recatada pois o corte era bem atrevido, ousado, moderno, coisa para poucas!

Logo cresceu e já cortei de novo! E assim vamos causando...






Aos profissionais - que tornam as mulheres mais bonitas e felizes - deixo meus parabéns atrasado, e o desejo de um final de ano cheio de alegrias para todos!

Dia 12 de dezembro as atividades param na ACAUB... vou sentir falta de vocês até o ano novo: Xexeu, Romeu, Rodrigo, a aluna Thamiris, o pessoal da coordenação Remy, Cida, Cecília e demais colaboradores.

Tudo isso devo à minha amada tia  Graça (que não é tia), que sabe das coisas e sempre me ensina esses truques de boniteza e economia! É tudo tão em conta que nem te conto...rs




SERVIÇO

ACAUB
Av. Casper Líbero, 573
1 andar, conjunto 04
TEL: 11- 33158089




Talita Godoy
28/11/2010


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25/11 - Dia do doador de sangue







Quanta burocracia! E depois reclamam que faltam doadores... Quinta-feira passada estive no Homocentro da Santa Casa e ai... Misericórdia! Fui rejeitada pela segunda vez no ano. Fora os amores, que ainda não engrenaram, agora foi a doação de sangue que não deu certo. Rejeição traumatiza!

Motivo? Nas duas vezes foi o peso. Na primeira, em outra instituição, eu não fui informada que o mínimo era 55 quilos, olhei o site como sempre faço, mas não bati os olhos nesta infrmação. E na segunda, agora mais experiente, olhei qual o peso mínimo e era 50, como estava escrito lá. Pensei: dessa ve eu passo! Achei que estava com 53 ou 52... chegando lá, subi na balança, a enfermeira me fez tirar os sapatos, e deu 50, em cima. Ela me levou à sala da médica que não me autorizou. Explicou que não poderia, pois descontando o peso das roupas eu pesava menos de 50 quilos. Só não soube me dizer por que no site esse detalhe não é colocado.

Quando questionei que na balança das farmácias esse nunca era o meu peso, ela deu um sorriso meio de lado, meio de canto, dizendo que aquela era precisa. isso me fez pensar que as demais não são! Até faz sentido, e neste caso, como eu sou ingênua..

Em cada situação eu estava acompanhada por um amigo. Ambos foram rejeitados também... um porque transou com toda a mulherada do pedaço no período de um ano (falei que era um putão...rs) e o outro porque estava gripado e tomou aspirina no dia anterior. Disso eu sabia pois estas  instruções estão claras no site do Homocentro.

Para aproveitar a ida, parei no balcão de infromações e perguntei se pelo menos as plaquetas eu poderia doar: não! As regras são as mesmas. E me cadastrar para doação de medulas, eu posso? Ufa, para alguma serventia eu presto! Preenchi o cadastro, colheram uma amostra de sangue e se algum paciente for compatível comigo, serei a honrada doadora de medula.

Pelo que li, a medula ócea se localiza no centro dos ossos, perto da região lombar. Nela acontece a produção do sangue, plaquetas e glóbulos. Sem eles não há condições de vida, porém algumas doenças impedem este processo fazendo com que o paciente necessite da doação de medula. Existe 25% de chance de uma pessoa ser compatível com seus irmãos legítimos, e uma porcentagem mínima de ser compatível com um doador desconhecido. Para fazer este cruzamento de informações foi criado um cadastro geral.

Sinceramente eu ficaria muito honrada se isso desse certo. Seria como salvar uma vida. O mesmo para as plaquetas e para a doação de sangue, tão simples para quem pesa mais de uns 52 quilos. Estranho é que já doei outras vezes e não era mais pesada do que agora. Vai ver bateu uma blitz do Ministério da Saúde por lá!

Fico incomodada quando as coisas não dão ceto, seja o que for. Mas entendo. Ou não? Queria doar porque considero romântico isso. No mínimo poético. E extramente sério para quem está num leito de hospital tendo sua vida dependendo de uma doação.

No fundo acho dramático. Eu, que não gosto de depender de ninguém para nada, imagino a agonia que deve ser essa espera. queria fazer um exercício de altruísmo, que não me custaria nada e que será um prazer, apesar do incômodo de doar a medula (que pode não ser algo agradável dependendo do método aplicado), mas que não se pode comparar com o benefício para quem recebe. Talvez por isso o apelo seja para o gesto de amor.

Quiçá dessa vez dê tudo certo, assim o que seria uma experiência comum já vivida antes, terá me dado a oportunidade de tentar algo inédito. Isso também muito me agrada!

Este foi o meu dia do doador, quinta-feira, 25 de novembro. Não doei, mas me cadastrei... só de raiva...rsrsrs



Para sanar sua curiosidade sobre doação de Sangue, Plaquetas e Medulas, acesse os seguintes sites:







Talita Godoy
28/11/2010



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segunda-feira, 15 de novembro de 2010

CONEXÕES DE UM TANGO FASCINANTE





 

ACASO? COINCIDÊNCIA?
FASCINANTES CONEXÕES...


Creio que o título do meu último texto, publicado também no Jornalirismo, ajudou no conjunto da obra... Mas alerto aos desavisados que o mérito não é de todo meu, e sim pelo fato de ser o nome de uma música, sucesso dos anos 60, e talvez por uma obra do acaso, ter o nome da minha personagem principal, a dona Tereza.

Mas... já não sei se foi por acaso que apenas alguns dias depois desta publicação, que encantou os leitores, e digo isso sem nenhuma modéstia pois linda é a história, eu só fiz relatar os fatos..., em pleno Show do cantor Ney Matogrosso a música de abertura não poderia ser outra, ou poderia? E qual foi senão "Tango para Tereza"?! - acredite você.

Sábado à noite, garoando lá fora, entrei correndo no carro do meu queridíssimo amigo e grande companheiro de lazer e aventuras, Manu, e já na primeira esquina ele tocou no assunto: "parabéns pelo texto da dona Terezinha"! E ressaltou ter postado um comentário no site, coisa que para ele fazer é um meio parto, ler e ainda por cima comentar... por isso a garoa...! e se até ele leu e gostou é por que o texto deve ter ficado muito bom mesmo! Aliás, o Babu, que é meu outro amigo queridíssimo e compenheirão de teatro, leu e aprovou postando um comentário maravilhoso! Fiquei muito honrada pois ele também nunca lê o Blog... posso falar mal dele aqui o quanto eu quiser que ele nem liga, ou melhor, nem lê... heheheh... mas enfim, o Manu me contou que foi uma outra amiga nossa que recomendou a leitura, achei muito bacana saber que mesmo pessoas que eu nem imagino estão se interessando pelos meus escritos! Gratificante.

Mas a grande surpresa foi quando ele perguntou... adivinha qual música abre o CD do Ney e provavelmente também vai abrir o show??? Ele ajeitou o som e me fez ouvir "Tango para Tereza"! E assim o Manu cofessou que não conhecia a música e que realmente deu para imaginar o sentimento que eu tive ouvindo a dona Tereza cantando para mim... a letra é triste, melancólica, e como pode ser uma música tão linda ?

Talvez o segredo esteja na alma de quem canta. Não é só uma questão de voz. É interpretação, é tirar de lá de dentro algo que as pessoas não podem ver, mas querem sentir junto com o artista! E de forma tão nobre e gentil, é somente o artista que pode nos dar este prazer único, num momento raro, digno de ser saboreado em cada nota, em cada tom, gesto e fôlego empregado para surgir a música!

Que momentos incríveis passei por causa desse tango... e quantas conexões a vida me fez perceber! Seriam coincidências? Seria o acaso? Seja como for, não empreguei meu tempo a matutar sobre estes fatos, apenas vivenciei cada segundo como quem degusta o sabor da vida.

E a exemplo dos artistas de quem ouvi tão lindas melodias, fica o ensinamento de se fazer TUDO com amor, extraindo da alma aquilo que as pessoas anseiam receber de você: o seu melhor.






O SHOW

Ney Matogrosso também cantou "Fascinação". Foi belíssimo. E dessa vez, ao contrário de quando ouvi dona Tereza, não pude me conter, e nem quis. Mais que naturalmente duas ou três lágrimas vieram sem pedir licença, apenas se manifestaram descendo pela minha face.

Meu coração estava totalmente entregue, aberto. Ouvi aquelas músicas como quem recebe um toque na pele que te dá arrepios. Impulso absolutamente incontrolável e muito prazeroso. Emocionar-se dessa forma é a prova de que se está vivo, em plena função da vida! Fui profundamente feliz naqueles instantes, que duraram pouco mas cravaram na minha mente uma sensação tão forte que será capaz de me deixar feliz de novo pelo simples poder da memória.

A voz, a interpretação, a presença de palco, e elegância, a sensualidade, o incrível acompanhamento dos músicos, a luz, os vídeos, tudo em conjunto fez daquela noite um momento especial.

Grande artista, meus aplausos foram todos para você, Ney Matogrosso, e sua equipe, como se fossem para a dona Tereza, a quem imaginei eterna brilhando naquele palco!!!



OBS: A letra da música "Tango para Tereza" está no post do dia 19/10/2010.


Talita Godoy
15/11/2010





Aos meus grandões: Manu, Babu e Maurício
A companhia de vcs foi uma delícia!!!

São as pessoas que tornam qualquer coisa especial





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domingo, 14 de novembro de 2010

Expressões Curiosas na Língua Portuguesa




Se é verdade, não posso garantir, mas que é muito interessante, isso é! Veja de onde vieram algumas das expressões tão usadas em nossa língua. OBS: Circulou na Internet em novembro / 2010. Recebi via em-mail da Dani Vanessa. Valeu, Dani!!!


JURAR DE PÉS JUNTOS:

Mãe, eu juro de pés juntos que não fui eu. A expressão surgiu através das torturas executadas pela Santa Inquisição, nas quais o acusado de heresias tinha as mãos e os pés amarrados (juntos) e era torturado pra dizer nada além da verdade. Até hoje o termo é usado pra expressar a veracidade de algo que uma pessoa diz.

MOTORISTA BARBEIRO:

Nossa, que cara mais barbeiro! No século XIX, os barbeiros faziam não somente os serviços de corte de cabelo e barba, mas também, tiravam dentes, cortavam calos, etc, e por não serem profissionais, seus serviços mal feitos geravam marcas. A partir daí, desde o século XV, todo serviço mal feito era atribuído ao barbeiro, pela expressão "coisa de barbeiro". Esse termo veio de Portugal, contudo a associação de "motorista barbeiro", ou seja, um mau motorista, é tipicamente brasileira.

TIRAR O CAVALO DA CHUVA:

Pode ir tirando seu cavalinho da chuva porque não vou deixar você sair hoje! No século XIX, quando uma visita iria ser breve, ela deixava o cavalo ao relento em frente à casa do anfitrião e se fosse demorar, colocava o cavalo nos fundos da casa, em um lugar protegido da chuva e do sol. Contudo, o convidado só poderia pôr o animal protegido da chuva se o anfitrião percebesse que a visita estava boa e dissesse: "pode tirar o cavalo da chuva". Depois disso, a expressão passou a significar a desistência de alguma coisa.

À BEÇA:

O mesmo que abundantemente, com fartura, de maneira copiosa. A origem do dito é atribuída às qualidades de argumentador do jurista alagoano Gumercindo Bessa, advogado dos acreanos que não queriam que o Território do Acre fosse incorporado ao Estado do Amazonas.

DAR COM OS BURROS N'ÁGUA:

A expressão surgiu no período do Brasil colonial, onde tropeiros que escoavam a produção de ouro, cacau e café, precisavam ir da região Sul à Sudeste sobre burros e mulas. O fato era que muitas vezes esses burros, devido à falta de estradas adequadas, passavam por caminhos muito difíceis e regiões alagadas, onde os burros morriam afogados. Daí em diante, o termo passou a ser usado pra se referir a alguém que faz um grande esforço pra conseguir algum feito e não consegue ter sucesso naquilo.

GUARDAR A SETE CHAVES:

No século XIII, os reis de Portugal adotavam um sistema de arquivamento de jóias e documentos importantes da corte através de um baú que possuía quatro fechaduras, sendo que cada chave era distribuída a um alto funcionário do reino. Portanto, eram apenas quatro chaves. O número sete passou a ser utilizado devido ao valor místico atribuído a ele, desde a época das religiões primitivas. A partir daí, começou-se a utilizar o termo "guardar a sete chaves" pra designar algo muito bem guardado.

OK:

A expressão inglesa "OK" (okay), que é mundialmente conhecida pra significar algo que está tudo bem, teve sua origem na Guerra da Secessão, no EUA. Durante a guerra, quando os soldados voltavam para as bases sem nenhuma morte entre a tropa, escreviam numa placa "0 killed" (nenhum morto), expressando sua grande satisfação, daí surgiu o termo "OK".

ONDE JUDAS PERDEU AS BOTAS:

Existe uma história não comprovada, de que após trair Jesus, Judas enforcou-se em uma árvore sem nada nos pés, já que havia posto o dinheiro que ganhou por entregar Jesus dentro de suas botas. Quando os soldados viram que Judas estava sem as botas, saíram em busca delas e do dinheiro da traição. Nunca ninguém ficou sabendo se acharam as botas de Judas. A partir daí, surgiu a expressão, usada pra designar um lugar distante, desconhecido e inacessível.

PENSANDO NA MORTE DA BEZERRA:

A história mais aceitável para explicar a origem do termo é proveniente das tradições hebraicas, onde os bezerros eram sacrificados para Deus como forma de redenção de pecados. Um filho do rei Absalão tinha grande apego a uma bezerra que foi sacrificada. Assim, após o animal morrer, ele ficou se lamentando e pensando na morte da bezerra. Após alguns meses, o garoto morreu.

PARA INGLÊS VER:

A expressão surgiu por volta de 1830, quando a Inglaterra exigiu que o Brasil aprovasse leis que impedissem o tráfico de escravos. No entanto, todos sabiam que essas leis não seriam cumpridas, assim, essas leis eram criadas apenas "pra inglês ver". Daí, surgiu o termo.

RASGAR SEDA:

A expressão que é utilizada quando alguém elogia grandemente outra pessoa, surgiu através da peça de teatro do teatrólogo Luís Carlos Martins Pena. Na peça, um vendedor de tecidos usa o pretexto de sua profissão pra cortejar uma moça e começa a elogiar exageradamente sua beleza, até que a moça percebe a intenção do rapaz e diz: "Não rasgue a seda, que se esfiapa".

O PIOR CEGO É O QUE NÃO QUER VER:

Em 1647, em Nimes, na França, na universidade local, o doutor Vicent de Paul D`Argent fez o primeiro transplante de córnea em um aldeão de nome Angel. Foi um sucesso da medicina da época, menos pra Angel, que assim que passou a enxergar ficou horrorizado com o mundo que via. Disse que o mundo que ele imaginava era muito melhor. Pediu ao cirurgião que arrancasse seus olhos. O caso foi acabar no tribunal de Paris e no Vaticano. Angel ganhou a causa e entrou pra história como o cego que não quis ver.

ANDA À TOA:

Toa é a corda com que uma embarcação reboca a outra. Um navio que está à toa é o que não tem leme nem rumo, indo pra onde o navio que o reboca determinar.

QUEM NÃO TEM CÃO, CAÇA COM GATO:

Na verdade, a expressão, com o passar dos anos, se adulterou. Inicialmente se dizia quem não tem cão caça como gato, ou seja, se esgueirando, astutamente, traiçoeiramente, como fazem os gatos.

DA PÁ VIRADA:

A origem do ditado é em relação ao instrumento, a pá. Quando a pá está virada pra baixo, voltada pro solo, está inútil, abandonada decorrentemente pelo Homem vagabundo, irresponsável, parasita.

NHENHENHÉM:

Nheë, em tupi, quer dizer falar. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, os indìgenas não entendiam aquela falação estranha e diziam que os portugueses ficavam a dizer "nhen-nhen-nhen".

VAI TOMAR BANHO:

Em "Casa Grande & Senzala", Gilberto Freyre analisa os hábitos de higiene dos índios versus os do colonizador português. Depois das Cruzadas, como corolário dos contatos comerciais, o europeu se contagiou de sífilis e de outras doenças transmissíveis e desenvolveu medo ao banho e horror à nudez, o que muito agradou à Igreja. Ora, o índio não conhecia a sífilis e se lavava da cabeça aos pés nos banhos de rio, além de usar folhas de árvore pra limpar os bebês e lavar no rio as redes nas quais dormiam. Ora, o cheiro exalado pelo corpo dos portugueses, abafado em roupas que não eram trocadas com freqüência e raramente lavadas, aliado à falta de banho, causava repugnância aos índios. Então os índios, quando estavam fartos de receber ordens dos portugueses, mandavam que fossem "tomar banho".

ELES QUE SÃO BRANCOS QUE SE ENTENDAM:

Esta foi das primeiras punições impostas aos racistas, ainda no século XVIII. Um mulato, capitão de regimento, teve uma discussão com um de seus comandados e queixou-se a seu superior, um oficial português. O capitão reivindicava a punição do soldado que o desrespeitara. Como resposta, ouviu do português a seguinte frase: "Vocês que são pardos, que se entendam". O oficial ficou indignado e recorreu à instância superior, na pessoa de dom Luís de Vasconcelos (1742-1807), 12° vice-rei do Brasil. Ao tomar conhecimento dos fatos, dom Luís mandou prender o oficial português que estranhou a atitude do vice-rei. Mas, dom Luís se explicou: Nós somos brancos, cá nos entendemos.

A DAR COM O PAU:

O substantivo "pau" figura em várias expressões brasileiras. Esta expressão teve origem nos navios negreiros. Os negros capturados preferiam morrer durante a travessia e, pra isso, deixavam de comer. Então, criou-se o "pau de comer" que era atravessado na boca dos escravos e os marinheiros jogavam sopa e angu pro estômago dos infelizes, a dar com o pau. O povo incorporou a expressão.

ÁGUA MOLE EM PEDRA DURA, TANTO BATE ATÉ QUE FURA:

Um de seus primeiros registros literário foi feito pelo escritor latino Ovídio (43 a.C.-18 d.C), autor de célebres livros como "A arte de amar "e "Metamorfoses", que foi exilado sem que soubesse o motivo. Escreveu o poeta: "A água mole cava a pedra dura". É tradição das culturas dos países em que a escrita não é muito difundida formar rimas nesse tipo de frase pra que sua memorização seja facilitada. Foi o que fizeram com o provérbio, portugueses e brasileiros.





* Meu e-mail: tegue@ig.com.br



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sábado, 6 de novembro de 2010

www.jornalirismo.com.br

Amigos:


Com muita honra informo que o texto "Tango para Tereza" foi publicado no lindo site do jornalista, professor e escritor Guilherme Azevedo:  www.jornalirismo.com.br


Outros textos aqui do blog estão por lá, entre eles:

- SARAU Noites na Taberna, com o título:
 "Do milagre do vinho e da poesia"
- E "Um convite a ouvir o silêncio"


Convido-os a conhecer o site e divertirem-se com meus textos!!!

Obrigada pela honra que me dão quando lêem e comentam sobre os escritos... se gostarem da ideia, por favor ajudem na divulgação indicando o link aos seus amigos.

Mais uma vez agradeço!


Bjs com carinho,
Talita Godoy

05/11/2010



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sábado, 30 de outubro de 2010

MEMÓRIA

Carlos Drummond de Andrade


Amar o perdido deixa confundido este coração
Nada pode o olvido contra o sem sentido apelo do Não.

As coisas tangíveis tornaman-se insensíves à palma da mão
Mas as coisas findas, bem mais que lindas, essas ficarão.



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Ao meu amor por minha mãe.

Aproveito aqui para agradecer todo apoio recebido por mim dos amigos mais que queridos e parentes tão preciosos que me sustentaram neste primeiro ano sem minha mãe, entre eles: Fabiana, Tati, Shirley, Joca, Paulo, tias Iris e Imilse, Lira, Nery, Denise, Joaquim, Lenita, Jocy, e especialmente à Helga, que esteve comigo quando recebi a notícia e foi a primeira pessoa a me amparar! Obrigada pelo carinho de vocês, isso me dá muita força e me motiva a seguir em frente...

Talita Godoy
05/11/2010






Yolanda F. Godoy
(19/04/1938 - 06/11/2009)



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terça-feira, 19 de outubro de 2010

TANGO para dona TEREZA



     De fato: a idéia parecia complicada e era. Um ciclo de palestras a serem elaboradas, desenvolvidas e aplicadas numa ONG de assistência social tendo como público-alvo alguns dos moradores de ocupações indevidas nos prédios abandonados no centro de São Paulo. O objetivo era levar informações úteis e práticas que pudessem servir àquelas pessoas de alguma forma. O projeto foi apresentado aos meus colegas do curso de Instrutor de Treinamento, em maio de 2010. Os cinco amigos acharam tudo lindo e queriam ajudar pois assim estaríamos colocando em prática toda a teoria aprendida no curso além de ajudar pessoas necessitadas. Tanto que o apelidamos de Projeto de mão dupla, ajudando e sendo ajudados.

Ao entrar em contato com o Leandro, coordenador da ONG e meu amigo pessoal, ele gostou e nos apoiou liberando toda a infra-estrutura que fosse preciso, até mesmo para nossas reuniões de elaboração. Era só arregaçar as mangas para pôr a mão na massa, só que bem nessa hora... que coisa, infelizmente não vai dar... eu queria tanto participar do projeto! E assim a Talita ficou em carreira solo, mas quem mandou gerar a idéia? Agora cuida que o filho é seu. Outra opção seria usar isso como desculpa, fiquei só, mas não sou de desistir, e quanto maior a dificuldade, maior o desafio.

E para relaxar a mente, fui ao teatro. Estou sempre buscando relaxar a minha mente dessa forma, é uma excelente terapia, tente para você ver! A peça da vez foi “Hipóteses para o amor e a verdade”. Soube que os atores entrevistaram pessoas que moram na região do teatro e com as suas histórias foi montado o enredo do espetáculo. Daí surgiu a idéia de investigar o meu público para verificar se o que eu havia programado estava de acordo com a realidade de vida deles. Agora sozinha eu não poderia cometer furos, a quem eu empurraria alguma eventual culpa?! Ainda vou perdoá-los, prometo!  


PESQUISA DE CAMPO
Enfim, a visita técnica. O Leandro me deixou com a Rose, uma agente social que logo de cara me fez caminhar 6 quilômetros da Sé até a rua Mauá, nos arredores da Estação da Luz. Contei a ela que no dia seguinte minhas pernas tremiam! Entramos nos cortiços, falamos com algumas pessoas e se eu entrar em detalhes aqui não paro tão cedo, então vou pular essa parte.

Deixe-me apenas contar da entrevista que fiz com a Flavia, uma jovem na casa dos 25 anos que cria sozinha 3 filhos. Ela é sustentada pelo auxílio do governo, ganha R$40,00 por criança no bolsa família. Perguntei se ela gostaria de trabalhar, ela afirmou que sim, mas está difícil conseguir emprego. Perguntei por quê. Ela respondeu que era por falta de escolaridade e me contou que agora se arrepende, mas quando era criança não levava os estudos a sério e nem se quer aprendeu a escrever. Ela lê um pouquinho, meio devagar, mas escrever é só o nome. Já a Ester, que mora do outro lado da rua, completou o ensino médio mas também está com dificuldade de conseguir emprego pois ela nota que há muita concorrência e ela precisa de qualificação. Perguntei se ela gostaria de fazer um treinamento que a preparasse para uma entrevista de emprego e ela disse que sim, "seria muito bom se tivesse isso lá na ONG", nas palavras dela com um sorriso leve e olhos arregalados, sinalizando esperança.

Achei exatamente o que procurava. O tema que seria alvo do meu novo projeto deveria se limitar a isso - entrevista de emprego. Voltei para casa e cancelei o resto. Apesar da minha boa vontade eu não tenho como abraçar o mundo. Com meus desistentes talvez desse certo, mas sozinha eu fiquei limitada. 

Mas foi ótimo estar presente ali, mesmo que eu tenha passado por momentos que ficam melhores se esquecidos, como a caminhada pelo corredor de chão perfurado, em que pelas brechas se via o andar de baixo, com a madeira que afundava a cada passo meu e da Rose. As paredes altas terminavam com as telhas que cobriam o teto, cheio de fios soltos, pendurados, prontos para dar um curto circuito. No final do corredor, uma escadinha em curva para os fundos do casarão abandonado pelo tempo. Uma poça de esgoto dava ao lugar um cheiro insuportável. A moradora nos pediu desculpas, mas avisou que já iam consertar a fossa. Um único banheiro para muitas famílias, que vivem separadas por cômodos.

Imaginei se elas tinham o que comer, mas vi nas “casas” geladeira, microondas e televisão de tela plana. Onde e como eles conseguem aquilo? Na saída, uma mocinha com o bebê no colo parou a Rose perguntando se ela poderia conseguir uma vaga na creche. Ela estava precisando arranjar outro emprego pois ali no bar não tinha registro em carteira, ela queria coisa mais segura. Ter os filhos numa creche é artigo de luxo, mas é necessidade fundamental para aqueles moradores. Alguns desistem de trabalhar por que não têm com quem deixar as crianças.


SEGUNDO ROUND
Fim do primeiro dia. Deixei passar um tempo para eu assimilar tudo aquilo, refiz a palestra e achei que era hora de voltar para uma segunda visita, e de novo verificar se o alvo agora estava correto. Pedi à Rose que me fizesse caminhar só a metade dos 6 quilômetros anteriores. Ela concordou com o meu apelo, andamos só uns 3 ou 4. Naquele intervalo entre as visitas, continuei trocando email com ela, fazendo perguntas, vendo fotos e um vídeo que me chamou a atenção, era a dona Terezinha falando muito, adivinhando coisas, perguntando o tempo todo, fazendo as pessoas rirem. No final ela mostrou a sua voz incrivelmente afinada, doce e potente. Era Fascinação. E talvez a melhor expressão para defini-la seja essa, uma pessoa fascinante como a sua música.

A Rose me levou até a sua casa: um quartinho onde cabia nos fundos um colchão, no meio um fogãozinho de duas bocas, no canto uma geladeira; nas prateleiras alguns mantimentos e artigos de higiene pessoal. Era ali, que aos 63 anos, ela viva mas fez questão de nos fazer sentar com ela e ouvir sua história do passado de glórias quando ela foi na TV cantar no Programa do Chacrinha, no Sargenteli e tantas outras apresentações. Disse que na casa dos seus pais, no interior, ela tinha álbuns de foto e troféus dos programas de calouros. A Rose sugeriu que quando ela tivesse de novo uma casa para morar ela trouxesse essas preciosidades com ela. A dona Tereza concordou pois eram recordações de uma vida glamorosa, abastada, lembranças de uma vida muito boa e feliz.

Ela nos contou do dinheiro que ganhou cantando na noite e que em pouco tempo houve uma reviravolta, foi perdendo tudo, até a família e os amigos. Atualmente ela só recebia ajuda quando cantava numa paróquia ali perto. Ela estava com pneumonia, mesmo assim fumou um cigarro inteiro na nossa frente. Eu e Rose em fumo passivo. A Rose falou com ela sobre isso, mas ela disse que havia ganhado o cigarro! E tossiu.

Hora de ir, mas antes ela fez questão de nos retribuir a visita com a sua especialidade: música. Perguntou se eu queria ouvir Fascinação, mas essa eu já tinha assistido em vídeo, pedi a outra, e ela cantou Tango para Tereza. A melodia era tão linda naquela voz, e a letra pareceu tão triste que não resisti, segurei as lágrimas, mas meu coração por dentro silenciosamente chorou!

Que pessoa impressionante, ela prendia a atenção de qualquer um com seu jeito artístico até para falar. Ela interpretou a música com a própria alma. Coisa linda de se ver e ouvir.

Desta vez o dia havia começado muito bem. Já nas visitas seguintes, vi novamente muita miséria, mau cheiro, crianças descalças pisando no lixo, algo deprimente, mas que logo deu lugar a outros pensamentos.


SILÊNCIO
Quando saímos de lá em retorno à ONG, falamos na dona Tereza. Foi uma honra tê-la conhecido e só de poder ouvi-la, já me senti bem, como se aquilo por si só já fosse uma missão cumprida. Lembram do texto sobre o "SILÊNCIO"? Ouvir é muito bom. Aposto que ela gostou de ter recebido atenção ser ouvida em dose dupla! A Rose foi muito elogiada por ela, chamada "anjo da guarda". E aquele anjo loiro estaria algumas horas depois velando o seu corpo morto, providenciando um enterro decente para ela, dona Tereza que se foi logo depois que saímos da sua casa. Contaram pra Rose que ela teve uma crise de falta de ar, tentou ir ao pronto socorro mas desmaiou na rua. Foi socorrida, mas no hospital ela veio a falecer com insuficiência respiratória. O líder da ocupação em que ela morava ligou para a Rose, ela foi até lá e definitivamente se despediu da dona Tereza.

No mesmo dia. Ela sorriu conosco, cantou especialmente para nós. Sugeriu que o Leandro organizasse um Sarau na Ong... e quem leu o meu texto sobre Sarau pode imaginar de leve o que foi que eu senti quando ouvi a sugestão dela: que idéia brilhante! Só que agora ela não está mais aqui para cantar. Será que outras Terezas virão?!

Quando fui criticada por alguns amigos sobre o trabalho na ONG, expliquei a minha amiga Dani mais ou menos o seguinte (segue parte do email que enviei a ela):

“Consegui cumprir plenamente o meu objetivo que era ver com meus próprios olhos a realidade de vida daquela gente: miséria plena. Além disso, eu disse pra Rosangela que é deprimente, cansativo, a energia é péssima, mas o lado bom é justamente o choque social. Depois de passar por ali, qualquer pessoa se torna mais humana, mais gente... menos diferente, menos "melhor" que os outros, passa a dar mais valor à sua vida, à sua condição no geral, e passa a dar menos importância a "coisinhas". A experiência foi excelente, de uma grandeza inexplicável. Eu precisava disso para compor a palestra que estou elaborando, e na verdade a primeira visita derrubou todo o trabalho que eu já tinha feito, pois eu imaginava o baixo nível, mas depois eu vi que era muito mais baixo... reelaborei, e precisei de uma última visita para conferir se agora sim eu havia atingido o ponto certo. Fica tranqüila, pois de certa forma gostei de sofrer, foi por uma causa nobre que não vai se repetir, ao menos não tão cedo. Mas se eu sentir de novo "o chamado", aí sim eu vou... disse a Deus: Eis-me aqui, Senhor! E ele me enviou. Só crendo em Deus para entender o que aconteceu no episódio da dona Tereza. Valeu a pena pois tive isso em mente, que foi um trabalho especial e que já foi concluído. Quanto as más energias, eu dei o meu melhor, passei muita coisa boa, depois precisei me recarregar, mas isso Deus fez por mim!!! Já estou ótima hoje, quase no meu normal, ainda meio pensativa, mas em ordem. Obrigada por se preocupar - pode crer que estou nos braços de Deus!!!”

E assim fui levando a sério minha tal missão na vida que é aprender e servir.

A propósito, a ONG tem muito projeto bacana, quem quiser conhecer, se envolver de alguma forma e colaborar com a sua particular responsabilidade social, pode saber mais via site:





Talita Godoy
19/10/2010



Segue o video da dona Tereza cantando Fascinação. Gravado há alguns meses, pelo Leandro, na ONG CIEDS. Abaixo, a letra da música que ela cantou para nós. Postado em homengem à dona Terezinha e à Rose, que também acho ser um anjo!!! Obrigada por me proporcionar aqueles momentos inesquecíveis no seu trabalho, que só eu sei como é grandioso. Rose: você é uma pessoa preciosa!!! Bjs com carinho, Talita.

E canta, dona Tereza, faz o que a senhora mais ama nessa vida:





Tango para Tereza


Composição: Evaldo Gouveia e Jair Amorim


Hoje alguém pos a rodar
Um disco de Gardel no apartamento junto ao meu
Que tristeza me deu


Era todo um passado lindo
A mocidade vindo na parede me dizer para eu sofrer
Trago a vida agora calma
Um tango dentro d’alma
A velha história de um amor que no tempo ficou . . .

Garçon ponha a cerveja sobre a mesa
Bandoneon toque de novo que Tereza
Esta noite vai ser minha e vai dançar
Para eu sonhar . . . .

A luz do cabaré já se apagou, em mim
O tango na vitrola, também chegou ao fim
Parece me dizer
Que a noite envelheceu
Que é hora de lembrar
E de chorar . . . . .





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