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terça-feira, 27 de julho de 2010

Exposição "As palavras e o mundo"



O que é, o que é...
Usamos o tempo todo até mesmo em pensamento?
Abra-Cadabra: Lavra-Palavra!


Elas servem para muita brincadeira. Foi o que aconteceu em “As palavras e o mundo”, exposição que reuniu no SESC Pompéia formas e cores para mostrar o quanto as palavras representam. Era para criança, mas não pense você que só a garotada aproveitou para aprender e se divertir, presenciei muito marmanjo ocupando o espaço dos pequenos aprendizes. Pecado perfeitamente perdoável considerando-se que o lugar estava muito atraente aos olhos e a todos os demais sentidos!

Olhar é pouco, o gostoso é tocar, xeretar, virar as páginas que às vezes são tábuas, pisar nas palavras espalhadas pelo chão, ou chegar bem pertinho da cama do leão, também chamada de “Camaleão”... Melhor ainda se ele perceber que tem criança por perto e rugir recebendo em troca pulos para trás e gritos apavorados! O Jefferson, que trabalhava na exposição, fazia o papel de atrair as criancinhas para o susto! Eu olhei pra ele e disse: quanta maldade... Ele apenas riu e abaixou a cabeça esboçando ingenuidade num gesto nada convincente!

Um cenário lúdico num espaço que inspira tranqüilidade – combinação perfeita. Quem conhece o local sabe que tem um quase jardim de inverno, com um lago feito com pedras ao fundo. Ele é raso mas é extenso, cheio de curvas, muito bonito aos olhos e agradável aos ouvidos pois tem movimento e faz barulhinho de correnteza, só de lembrar já me sinto bem. Gosto muito daquele lugar, e com uma exposição dessas, então, fica ainda melhor!


As crianças se divertiam muito na pesca de palavras e na lousa gigante que cabia o verso ou o desenho de todas elas. Tinha também um espaço para contação de histórias, onde ouvimos o ator João Acaiabe narrando “Menina Bonita do laço de fita”. E pra quem gosta de cinema, havia uma sala escura com palavras animadas que viraram desenho.

Entre tantas brincadeiras o que mais me chamou a atenção foi uma área reservada ao papel e a caneta. Isso mesmo! Havia uma parede cheia de tijolos ocos com papéis e caneta para que o visitante escrevesse o que quisesse e depois encaixasse o seu recado num dos buracos do “Muro das Escrevinhações”. Além disso, havia uma estante com muitos cartões postais. Se você soubesse o endereço de um amigo e quisesse mandar uma surpresa pra ele, bastava preencher os dados informativos, escrever a mensagem e depositar na caixa de correio instalada ali no canto!
Na maior parte da minha visita estive sozinha, mas liguei pro meu amigo Edu e ele foi até lá com o Babu, aquele outro amigo nosso citado anteriormente em algum texto deste blog. Aproveitei a ocasião, pedi o CEP da casa do Babu, e muitíssimo discretamente peguei o cartão, a caneta, sentei do lado dele e escrevi assim:

"Babu: Faltava Teatro na minha vida, chegou você e resolveu o problema! Obrigada por melhorar os meus dias...” O Eduardo aproveitou o cartão e escreveu algumas bobagens, imagino eu. A esta altura a correspondência já deve ter chegado! Aposto que ele nem suspeita de nada...
Cada atividade, em toda a exposição, faz o visitante pensar um pouco na importância do sentido das palavras, na letra escrita com o papel na mão, caneta entre os dedos, no gesto e na intimidade que se pode ter com um texto mesmo sem tecnologia de última geração. Não dependemos disso para nos comunicar. Basta abrir o coração e copiar as palavras que ele disser!

Para quem ainda se lembra dos buracos no muro, meu bilhete dizia o seguinte: “Deixei de guardar as minhas palavras só para mim, pois descobri que compartilhar é uma dádiva”.



Exposição “As palavras e o mundo” - até 17/08/2010
SESC Pompéia – Rua Clélia, 93 Lapa / SP
Grátis!


Talita Godoy
27/07/2010

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sábado, 24 de julho de 2010

ATOR SOCIAL



Teatro vai além da diversão e 
inspira papel social


Ir ao cinema é compromisso para toda semana: vejo filmes de ação, suspense, comédia, e alguns romances quando falta opção melhor. Embora eu goste muito de teatro a desculpa era o preço: tá caro! eu dizia.

Mas o amigo de um amigo meu o convidou para ver um outro amigo em comum atuando no teatro, e eu, que não tinha nada a ver com o final da história, acabei indo junto. Gostei mais do lugar do que da peça, achei o roteiro meio sem meio, meio sem fim, porém o ambiente era agradável, divertido, fiz novos amigos, e antes mesmo de ir embora já pensava em voltar.

Dias depois, outro convite para ver outro amigo do amigo – que então já era meu amigo – num outro teatro bem pertinho daquele. Liguei pra um terceiro amigo que não conhecia os outros dois, e ele também foi. Gostamos muito da peça, fizemos outras novas amizades, conhecemos os atores, tudo muito original, intrigante, eu estava me sentindo muito bem.

Mas, onde chega essa volta toda???
Minha primeira impressão sobre teatro era diversão, ter muita coisa para observar e que talvez alguma emoção pudesse acontecer.

Veio a surpresa.

Numa dessas peças, eu soube que os atores estiveram pessoalmente em contato com os moradores do centro da cidade para conhecer cada uma das histórias, experiências, detalhes da vida, descobrindo coisas bobas ou secretas que aos poucos foram se revelando. Depois, as informações foram se juntando para compor o enredo de “Hipóteses para o amor e a verdade”.
Uma cena em especial me chamou muito a atenção, e ao cumprimentar o ator trocamos algumas figurinhas sobre a experiência que o grupo teve ao lidar com aquelas “vidas”. Coisa rápida, mas a palavra que ele usou, vidas, despertou em mim um certo... click.
Eu visualizei o ator no palco, fazendo arte, e visualizei o ator social, passando a mensagem de que cada ser humano tem uma história e deve ser respeitado por isso. Nas ruas são apenas pessoas indo e vindo, mas vendo ali no palco a história contada por um excelente ator, a pessoa real passou a ter um valor diferente pra mim, seja ela conhecida ou não! Provavelmente eu nunca saberei quem são os donos daquelas histórias, mas fiz um elo com uma recente idéia minha que virou sonho, e que virou plano.   

Trata-se de um projeto de ação social voluntária para a ONG CIEDS, que atua no centro da cidade de São Paulo atendendo moradores de ocupações indevidas nos antigos prédios abandonados daquela região. Foi desenvolvido um ciclo de palestras para ajudá-los, de alguma forma, a encontrar soluções viáveis para uma melhora na qualidade de vida. A maioria não tem emprego ou estudo, talvez não tenham nem documentos. Mas estão por aí, no mundo, a espera de um dia melhor. Vou fazer o que posso – levar esperança, ânimo, incentivo, falar da realidade e apontar uma saída. Despertá-los para um sonho, que vire projeto, que seja concretizado.

Serão cinco encontros entre mim e eles, mas ainda não os conheço. A idéia que o ator Tiago Leal (foto acima) me deu, mesmo sem ele saber, é fazer o seguinte: antes do ciclo de palestras começar, vou acompanhar os agentes da ONG em contato com aquelas pessoas para simplesmente observar, ouvir, saber mais sobre a realidade de vida, as necessidades, talvez descobrir um desejo, um sonho, os medos, as dificuldades, saber sobre a luta de cada dia.
Certamente isso vai me preparar ainda mais para me aproximar do humano, olhá-los não como coitados carentes, mas a ver em cada par de olhos se há brilho; e se não houver vou querer saber o motivo, enxergar uma “vida”, tratá-los com o devido respeito e, se Deus quiser, ter feito a diferença até o final dos cinco encontros.

Não sei do interesse deles, não sei das reais condições do “meu público”, não sei com que espírito eles chegarão para assistir uma palestra, mas tenho certeza de que vou desempenhar o meu melhor papel – do ator social, pessoa que atua, entra em ação, age, faz alguma coisa socialmente falando.

O que espero é que eles percebam que nenhum de nós é escravo do presente; não precisamos viver da mesma maneira o tempo todo, existem opções, há uma saída, e fazer o diferente trará resultados diferentes. Se a ordem é mudar, vamos em frente com isso! Quero fazer por eles o que fizeram por mim: talvez no teatro o ator pretendesse de fato emocionar, conseguiu e foi além. Me fez ir mais a fundo em questões importantes como a forma de lidar com uma vida.

As palestras vão acontecer só em meados de agosto, mas prometo escrever detalhadamente o resultado final, e trazer as mais lindas histórias que eu encontrar naquelas “vidas” preciosas. 

Me aguardem...



* Ao ator Tiago Leal, parabéns pelo trabalho incrível, muito obrigada pela inspiração que compartilhou com o público, assim como todo o elenco de "Hipóteses"!

* Ao amigo e coordenador da Ong, Leandro de Carvalho obrigada pela confiança de sempre!

Saiba mais sobre a ONG CIEDS:
 http://www.cieds.org.br/

Quer ser um ator social? Veja como em:
 http://www.voluntariado.org.br/  


*** Tem um texto bem bacana aqui no Blog sobre a peça “Hipóteses para o amor e a verdade”... Melhor ainda, assista a peça e depois me conte se eu tenho ou não tenho razão!!!



Talita Godoy
24/07/2010

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domingo, 18 de julho de 2010

Filme "O Abraço Corporativo"


TUDO NÃO É VERDADE

Alguns podem não ter uma plena percepção disso, mas a mídia é um imenso palco onde tudo acontece. Nele existe uma linha tênue entre a verdade e a mentira, porém, alguns responsáveis por essas inverdades publicadas culpam a competitividade provinda do imediatismo com que os concorrentes noticiam fatos. Uma das questões colocadas pelo jornalista e diretor Ricardo Kauffmann no filme "O Abraço Corporativo" se refere a veracidade do que vemos na mídia.

Sem questionar as origens, em que se pode confiar? Da mesma forma com que a mídia deveria exercer a obrigação de checar as fontes antes de publicar, o espectador da notícia também deveria exercer o seu direito de checar em outros canais se os dados da notícia conferem. Ao menos no que for de seu real interesse, pois o indivíduo acaba encontrando tempo para isso. 

Dia desses, no programa Login, da TV Cultura, o tema foi o imediatismo que tomou conta da comunicação. Um dos participantes comentou que atualmente você encontra pessoas "tuitando" até dentro do cinema; e na opinião dele são tantos os acessos possíveis que não se comunica ou não se informa apenas quem não quer.

O número de informações a que temos acesso, e ao que temos necessariamente que acessar, é tão grande que chega a provocar certa disputa do tipo: "você não sabia disso"? E para provar que sabe, o usuário recebe e envia imediatamente a informação sem a menor preocupação com a veracidade dos fatos reproduzidos. Exatamente como acontece no mundo da mídia!

Mas isso é de certa forma perdoável na esfera popular. O problema se agrava quando os maiores veículos de informação esbarram na qualidade do seu conteúdo em termos de apurar: de onde vem? Quem é esse cara? Ele diise exatamente o quê?

A vulnerabilidade da mídia é largamente exposta no filme O Abraço Corporativo, que mostra a trajetória de um executivo representante de uma organização internacional. Ele trouxe ao Brasil uma teoria pronta para revolucionar as relações pessoais dentro do meio empresarial, atualmente tão estremecidas pelo uso excessivo das tecnologias para a comunicação, dispensando o contato físico, o olho no olho, a fraternidade entre pessoas que passam mais tempo juntas no trabalho do que em casa com a família.

O apelo da "Teoria do Abraço" realmente faz parar para pensar. Com simpatia e carisma próprios, o consultor de RH ARY ITNEM, conquista um grande espaço na mídia com entrevistas e reportagens por todo tipo de veículo – programas jornalísticos de rádio, televisão, sites, jornais impressos de grande circulação. Ele dá palestras e até faz uma performance em plena Avenida Paulista mostrando um cartaz em que pede um abraço aos passantes.

As câmeras do diretor registram as mais diversas reações do público, que divertem a platéia do cinema. Seus recursos técnicos não são dos mais aprimorados, mas a qualidade da técnica cinematográfica não chega a interferir no resultado final, pois o ponto forte está na mensagem apresentada que insiste em dar uma pista: TUDO NÃO É VERDADE.

Ricardo Kauffmann explica que ele obteve o direito de imagem de todos as pessoas que aparecem no filme; até aí nenhuma novidade, porém a surpresa fica no peso que tem alguns nomes destes entrevistados, entre eles jornalistas como Juca Kfouri e Heródoto Barbeiro que entrevistaram o consultor em seus programas, radialistas, diretores de grandes veículos, reitores de universidades e institutos bastante conhecidos.

Entretanto, nenhum deles procurou saber quem era, de fato, Ary Itnem, e nem perceberam a dica que estava no seu próprio nome, no que invertidamente se lê. E a resposta dada por eles para justificar tal ato falho está revelada no início deste texto. Assista ao filme e, como eu, surpreenda-se!












Talita Godoy
18/07/2010

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Peça "Hipóteses para o amor e a verdade"


          

      Grupo Os Satyros se aventura no uso de uma nova linguagem teatral. A ordem agora é manter os celulares ligados durante a peça!



Entreter, divertir, fazer pensar. São muitas as possibilidades de um espetáculo provocar reações diversas no seu público e, ao que se pode notar, cada vez mais a criatividade no uso de recursos tecnológicos permite uma interação imediata. Mas na vida real a tecnologia tem sido usada para abrandar o afastamento e a solidão.

Com esta visão, o diretor do grupo Satyros, Rodolfo Garcia Vazquez, junto com Ivan Cabral escreveram “Hipóteses para o amor e a verdade”, unindo a interatividade ao vivo por canais remotos com as histórias verídicas de excêntricos moradores da região central da cidade de São Paulo. O espetáculo teve indicação ao Premio Shell de Teatro para melhor direção. 

Quando o público está na ante sala do teatro, um dos diretores se aproxima e explica a proposta do espetáculo solicitando a colaboração da platéia – as regras do jogo são basicamente as seguintes:
1) os celulares devem permanecer ligados de preferência com o viva voz ativo;
2) quando os atores fizerem ligações externas o público deve permanecer em silêncio para que a pessoa que estiver do outro lado da linha não perceba que se trata de uma falsa ligação (pizzaria e tele amizade);
3) se o seu telefone tocar durante o espetáculo, atenda. Se for de algum ator você estará participando do show, e se for uma ligação particular e você estiver entretido com a peça, avise que está no teatro e que retornará a ligação após o espetáculo. Recomendações feitas, vem o frio no estômago ao imaginar o que estará por vir!

Para acessar o local do espetáculo há um corredor com paredes escuras e num dos cantos havia uma cadeira de rodas com uma mulher sentada. Olhei, passei direto, mas voltei a cabeça rapidamente para reforçar a visão, indagando se era uma pessoa mesmo ou apenas um manequim. Coincidentemente do lado de dentro do teatro havia alguns manequins pendurados no teto por uma corrente comprida que os deixava bem perto do chão.


A disposição do teatro e do cenário, assim como dos atores que já estavam à espera do público, dava a sensação de que estávamos dentro da cena, tudo se misturava. Logo no início acontece o diálogo via internet entre dois atores, um de cada lado do palco - que não é bem um palco – e ao vivo a projeção num telão improvisado, muito usado durante a peça. Atrás da cortina a sombra também fazia parte do show, assim como as diversas câmeras apontadas para o público e para os atores, mostrando focos diferentes que da platéia o público não veria.


A tecnologia usada não é novidade, mas o que atrai é forma criativa e muito simples como ela foi empregada, e especialmente por quem e em que momento ela foi usada. Explico. No auge da sua solidão, os personagens recorrem à internet ou ao telefone celular para buscar contato com algum outro ser humano, no meio virtual, ou pessoalmente com um desconhecido qualquer.


O texto provoca uma reflexão sobre o que está acontecendo com as relações interpessoais. As novas tecnologias aproximam e ao mesmo tempo distanciam pessoas. A pergunta que fica é o quanto isso interfere nos sentimentos e acaba influenciando as ações. Os atores retratam o modo como as pessoas lidam com seus sonhos, com os seus desejos mais secretos, se envolvem casualmente em todo tipo de relações e demonstram como eles se sentem diante disso tudo.


Algumas cenas são fortes, impressionam, chocam, incomodam, enquanto outras divertem pela caracterização dos personagens que usam e abusam do sotaque paulistano. Entre eles estão prostituas, transexuais, nerds, gerentes e doidos em geral. Cada um deles conta a história que foi adaptada de uma pesquisa feita por eles mesmos entrevistando os moradores do centro.





ELENCO

A atriz Maria Casadevall mostrou um despojamento notável. Numa das cenas ela surge embrulhada num agonizante plástico que cobre até mesmo o seu rosto. Phedra de Córdebra, que é uma transexual cubana na faixa dos 70 anos de idade, impressiona pela comunicação não verbal... foi ela que me assustou na entrada do teatro! Paulinho Faria está muito engraçado encarnando Adão, um homem que deseja fazer mais filhos que o próprio Adão original. A cena dele "enchendo o balde" atrás da cortina com a sombra projetada foi muito criativa (na foto acima), um recurso simples que enriqueceu muito a peça. Não vou descrever para manter sua curiosidade! Tem Leo Moreira, como o BH (homem bomba), que narra uma parte da sua própria história; Tania Granussi em dois papéis hilários e Esther Antunes, a enfermeira que vivencia o sofrimento da mulher abandonada vivida por Phedra. Além deles, o ator Tiago Leal, que carrega aquele sotaque maravilhoso paulistano, e em meio a risadas faz o público refletir em suas justificativas para ele ser como é. Foi do seu personagem a cena mais linda que fala sobre o brilho no olhar que falta em tantas pessoas. Mas ele só quer fazer amizade, meu! Gustavo Ferreira, com as caras mais loucas possíveis, parece que quer apanhar; acho que a moça da pizzaria, pra quem ele ligou pedindo para ser ouvido em vez de pedir pizza, pensou o mesmo! Todos com participação indispensável e muito divertida, mesmo quando o assunto era coisa séria.

A temática abordada não passa despercebida por nenhum de nós. Todos nos identificamos com pessoas que tem segredos, solidão, um sonho maior e em algum momento da vida acabamos tendo que lidar com isso, não tem como fugir. O tempo todo nós lidamos com as hipóteses para o amor e a verdade...


Muito bem bolado.


E como eu diria a cada um dos meus amigos: obrigada por sua amizade, ela me livra dos perigos da solidão!


Texto: Rodolfo Garcia Vazquez e Ivan Cabral
Direção: Rodolfo Gracia Vazquez
Os Satyros 1: Rua Franklin Rosevelt, 214 - Centro SP - Tel: 32586345

ELENCO: Esther Antunes, Gustavo Ferreira, Leo Moreira, Maria Casadevall, Paulinho Faria, Phedra de Córdoba, Tania Granussi e Tiago Leal.

Site dos Satyros: http://satyros.uol.com.br/index.php/noticias/87

Blog do Paulinho Faria: http://opankada.blogspot.com/
  
Talita Godoy
16/07/2010


sábado, 10 de julho de 2010

Peça "Lamartine Babo"


Músicas de Lamartine Babo emocionam público do SESC 



Chegou a hora da fogueira!
É noite de São João...
O céu fica todo iluminado
Fica o céu todo estrelado
Pintadinho de Balão...
Pensando no caboclo a noite inteira
Também fica uma fogueira
Dentro do meu coração.



 A primeira coisa que fiz ao sair do prédio do teatro foi cantarolar estes versos. Logo depois já estava fazendo uma adaptação pessoal: “meu coração ficou todo iluminado, ficou todo estrelado pintadinho de balão”... Estava me sentindo feliz!

Na peça “Lamartine Babo”, o grupo musical que está ensaiando é gentilmente interrompido por um senhor. Não satisfeito, ele vai buscar sua sobrinha para também acompanhar o ensaio, mas o entusiasmo de ambos é tanto que... Bom, vou deixar você mesmo descobrir!

Além de um repertório delicioso, a peça tem mistério, humor, e sobre tudo revela o talento de atores como a versátil Domingas Person, Rodrigo Mercadante que diverte com sua voz e graça, e a emocionada atuação de Marcos de Andrade - que poderia ter sido indicado ao prêmio Shell por melhor ator da temporada - entre os demais que encantam por sua afinação e delicadeza. 
Uma particularidade do teatro é o seu tamanho pequeno com 50 cadeiras distribuídas em apenas 03 fileiras. O palco é uma área livre junto à platéia. Quando estava me aproximando do local pude ouvir um piano, um violão, e me surpreendi ao perceber que o som era ao vivo. Embora eu soubesse que a peça era isso mesmo, eu não poderia imaginar que os atores já estariam apostos à espera do público! Me senti muito bem recepcionada, isso já causou um impacto positivo logo de cara.

Tudo muito simples, mas rico em sentimento. Acho que “tocar” é o principal objetivo, e os atores, o diretor, o autor, conseguiram isso muito bem.
Algumas músicas como “cantores do rádio”, “a e i o u”, a brincadeira de palavras que mistura o português com o inglês, as famosas marchinhas de carnaval e os hinos oficiais dos grandes clubes cariocas são pura alegria, enquanto outras como “Serra de Boa Esperança” arrepiam e até fazem chorar pela belíssima interpretação dos atores.

Uma mistura de sentimentos que não se explica, simplesmente tira os nossos pés do chão, faz o coração flutuar. A obra de Lamartine Babo consegue este feito.
Havia uma senhora sentada perto de mim que cantava junto com os atores cada uma das músicas. Ela acompanhava com palmas, se remexia toda na cadeira, parecia estar num show com o próprio Lamartine no palco! Foi divertido ver a empolgação dela, e emocionante reparar que, não raro, algumas pessoas limpavam os olhos, num discreto esforço em conter algumas lágrimas.

A platéia, pra mim, fez parte do espetáculo. Eu me emocionei muito com a peça e com a reação das pessoas. De fato, a música tem o poder de tocar os corações. Foi por isso que ao sair de lá me sentia tão leve, de coração iluminado, todo estrelado pintadinho de balão!

Eu recomendo, e o Babu também, até o momento ele viu a peça só 13 vezes!!!

Texto: Antunes Filho
Direção: Emerson Danesi
Direção Musical: Fernanda Maia (indicada ao Prêmio Shell de Teatro)
Elenco: Marcos de Andrade, Sady Medeiros, Adriano Bolshi, Natalie Pascoal, Domingas Person, Rodrigo Mercadante, Flávia Strongolli, Ivo Leme, Patrícia Rita, Leonardo Santiago e Ricardo Venturin

Espaço CPT - 7º andar / SESC - Consolação
Outras informações:  www.sescsp.org.br/sesc/prgograma

Veja a reportagem feta por Alessandra Calor para o programa Metrópolis, da TV Cultura:   http://www.tvcultura.com.br/metropolis/programas/46827


Talita Godoy
10/07/2010

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sábado, 3 de julho de 2010

Escrito por Regina Brett

"Para celebrar o meu envelhecimento, certo dia eu escrevi as 45 lições que a vida me ensinou. É a coluna mais solicitada que eu já escrevi."

01. A vida não é justa, mas ainda é boa.
02. Quando estiver em dúvida, dê somente o próximo passo, pequeno.
03. A vida é muito curta para desperdiçá-la odiando alguém.
04. Seu trabalho não cuidará de você quando você ficar doente. Seus amigos e familiares cuidarão.
05. Pague mensalmente seus cartões de crédito.
06. Você não tem que ganhar todas as vezes. Concorde em discordar.
07. Chore com alguém. Cura melhor do que chorar sozinho.
08. É bom ficar bravo com Deus. Ele pode suportar isso.
09. Economize para a aposentadoria começando com seu primeiro salário.
10. Quanto a chocolate, é inútil resistir.
11. Faça as pazes com seu passado, assim ele não atrapalha o presente.
12. É bom deixar suas crianças verem que você chora.
13. Não compare sua vida com a dos outros. Você não tem idéia do que é a jornada deles.
14. Se um relacionamento tiver que ser um segredo, você não deveria entrar nele.
15. Tudo pode mudar num piscar de olhos. Mas não se preocupe, Deus nunca pisca.

16. Respire fundo. Isso acalma a mente.
17. Livre-se de qualquer coisa que não seja útil, bonito ou alegre.

18. Qualquer coisa que não o matar o tornará realmente mais forte.
19. Nunca é muito tarde para ter uma infância feliz. Mas a segunda vez é por sua conta e ninguém mais.
20. Quando se trata do que você ama na vida, não aceite um não como resposta.

21. Acenda as velas, use os lençóis bonitos, use lingerie chic. Não guarde isto para uma ocasião especial.   Hoje é especial.
22. Prepare-se mais do que o necessário, depois siga com o fluxo.
23. Seja excêntrica agora. Não espere pela velhice para vestir roxo.
24. O órgão sexual mais importante é o cérebro.
25. Ninguém mais é responsável pela sua felicidade, somente você.
26. Enquadre todos os assim chamados “desastres” com estas palavras: 'Em cinco anos, isto importará?'
27. Sempre escolha a vida.

28. Perdoe tudo de todo mundo.
29. O que outras pessoas pensam de você não é da sua conta.
30. O tempo cura quase tudo. Dê tempo ao tempo.
31. Não importa quão boa ou ruim é uma situação, ela mudará.
32. Não se leve muito a sério. Ninguém faz isso.
33. Acredite em milagres.
34. Deus ama você porque ele é Deus, não por causa de qualquer coisa que você fez ou não fez.
35. Não faça auditoria na vida. Destaque-se e aproveite-a ao máximo agora.
36. Envelhecer ganha da alternativa -- morrer jovem.
37. Suas crianças têm apenas uma infância.
38. Tudo que verdadeiramente importa no final é que você amou.
39. Saia de casa todos os dias. Os milagres estão esperando em todos os lugares.
40. Se todos nós colocássemos nossos problemas em uma pilha e víssemos todos os outros como eles são, nós pegaríamos nossos mesmos problemas de volta.

41. A inveja é uma perda de tempo. Você já tem tudo o que precisa.
42. O melhor ainda está por vir.
43. Não importa como você se sente, levante-se, vista-se bem e apareça.
44. Produza!
45. A vida não está amarrada com um laço, mas ainda é um presente.


A autora tem 90 anos de idade.Artigo publicado no jornal americano The Plain Dealer - Cleveland, Ohio.  Circulou na internet em junho/2010

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