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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Comunicação Interpessoal


ESTRATÉGIAS FACILITADORAS - 1


1. INTRODUÇÃO

A comunicação é uma via de mão dupla. Envolve quem fala, quem ouve e a compreensão da mensagem apresentada. Quando há a certeza de que ela está clara para o receptor, então ela cumpriu a missão de comunicar. De outra forma seria apenas uma informação numa via de mão única.

Do latim, communicare, significa tornar comum, compartilhar.


Exemplo:


A ----> B

A <----->B

"A" emite uma mensagem sem que "B" responda se compreendeu. (Por exemplo rádio, TV ou jornal);

"A" emite a mensagem, "B" compreende e interage com  "A" (Por exemplo: numa conversa pessoalmente ou por telefone, email, postagem de link neste blog e outros canais).
 
2. A responsabilidade pela comunicação é de quem fala. Portanto o emissor deve se assegurar de técnicas e cuidados para que o receptor o entenda. Além disso, ele, o emisssor, e deve sempre verificar se o interlocuor, ou receptor, realmente compreendeu o que foi transmitido. Desta forma, se "A" espera uma resposta positiva de "B" ele deve estar atento a isso. Por exemplo: "A" pede para "B" fazer algo importante. Antes mesmo que "B" faça ele pode perguntar se "B" tem alguma dúvida.  Este contato evita desentendimentos.

 
Algumas estratégias para aumentar suas chances de ser compreendido são as seguintes:

- Usar um vocabulário adequado conforme a situação;

- uso de palavras simples e de forma objetiva;

- conhecer o melhor canal sensorial do seu ouvinte e usá-lo para ele se identificar melhor dentro do diálogo.

3. Canal sensorial é o meio pelo qual se destaca a forma de processar o que a pessoa fala e ouve. Para cada um, a ênfase é maior num dos três canais. Para saber qual canal se destaca, basta prestar atenção no vocabulário mais usado pela pessoa com quem você estiver conversando. Repare nas palavras que ela mais usa e passe a usá-las também, assim haverá uma maior identificação na conversa.



EXEMPLOS:


VISUAIS: “vejo que você...”; “vejo a situação da seguinte forma....”; “meu foco está em ..."; “estou de olho nesta oportunidade...”

AUDITIVOS: “diga o que você pretende...”; “você não me ouve...”; “sou todo ouvidos...”

CINESTÉSICOS: (OBS: do grego, KINEN, significa movimento muscular, indica reações corporais e emocionais) “sinto que isso vai dar certo...”; “peguei a sua idéia...”; “as bases são sólidas...”

4. O cérebro é uma máquina que não pára. Ele precisa ser ensinado e treinado a trabalhar mais e melhor. Falar no mesmo canal que o seu ouvinte é importante para se fazer entender de forma clara e direta, especialmente em situações de negociação, vendas, implantação de uma nova idéia, explanação de novos conceitos e outras.

EXERCÍCIO 1 – LEITURAS


TEXTO 1


CHEFE: Eu não vejo como pode um setor com tantas peças defeituosas!

OPERÁRIO: Ah, o senhor deveria ouvir mais quando a gente fala sobre a qualidade do material usado...

CHEFE: Tudo bem, eu reconheço que o material não é lá essas cosias, chega a ser feio...

OPERÁRIO: Se feio fosse o único problema! Ao ser prensado faz um barulho horrível, ensurdecedor!

CHEFE: Aquele do outro fornecedor, aquele azul claro, aquele sim era bom...

OPERÁRIO: Bom não, era excelente! E não fazia ruído nenhum ao ser manipulado.

Observe que um deles é visual e o outro é auditivo. Se a conversa fosse direcionada para um dos canais sensoriais teria outro efeito, como no exemplo a seguir:

TEXTO 2


CHEFE: Eu não vejo como pode um setor com tantas peças defeituosas!

OPERÁRIO: Ah, então eu vou tentar mostrar para o senhor o que acontece. Ao manipularmos o material novo na prensa o barulho é muito alto, as pessoas fazem até cara feia! Com isso, às vezes, para acabar logo com o barulho, eles levantam a prensa antes do tempo, daí a peça sai com defeito.

CHEFE: Tudo bem, eu reconheço que o material não é lá essas coisas, chega mesmo a ser feio...

OPERÁRIO: É feio mesmo, Barulhento e feio. Muito feio!

CHEFE: Aquele do outro fornecedor, aquele azul claro, aquele sim era bom.

OPERÁRIO: Bom não, excelente! E não fazia ruído nenhum ao ser manipulado. As peças saíam perfeitas... Todas azuis ali na bancada final... parecia um mar de tanta pecinha azul uma do lado da outra...




5. OUTRAS RECOMENDAÇÕES:




EXERCÍCIO 2 – Pensamento
"NÃO" pense num elefante... Pensou???


Atenção, a partir deste momento “não" pense num fusca amarelo de rodas azuis. Tudo bem? Então diga em que você pensou? De que cor era a roda do fusca amarelo??? O vidro estava aberto? O farol estava ligado?


USO DO “NÃO”: Como advérbio de negação, causa efeito contrário.


Diga sempre o que você quer, de forma positiva.




EXEMPLOS COM O USO DO NÃO:


- Não jogue papel no chão


- Não se esqueça de usar as luvas de proteção


- Não entre sem bater na porta




EXEMPLOS DA FORMA POSITIVA:


- Jogue o papel no lixo


- Lembre-se de usar as luvas de proteção


- Bata na porta antes de entrar






USO DO “MAS”: Neutraliza a sentença que a antecede, porém pode ressaltar o aspecto negativo da frase.




EXEMPLOS COM O USO DO MAS:


a) Você é um ótimo funcionário, MAS seu desempenho este mês foi abaixo do esperado;


b) Tudo bem, eu respeito a sua opinião MAS que acho do meu jeito será melhor. 




EXEMPLOS DA FORMA POSITIVA:


a) Seu desempenho este mês foi abaixo do esperado, MAS como você é um ótimo funcionário, tenho certeza de que irá recuperar a defasagem;


OBS: A conjunção adversativa “mas” pode ser substituída por uma conjunção aditiva, “E”.


b) Tudo bem, eu respeito a sua opinião E penso que poderíamos também tentar do meu jeito, pode ser?






A FORMA DE DIZER FAZ UMA GRANDE DIFERENÇA NUMA NEGOCIAÇÃO:




PALAVRA: 7%
TOM DE VOZ: 38%
GESTICULAÇÃO: 55%



INFORMAÇÃO + EMOÇÃO = COMUNICAÇÃO


“Você não pode controlar quão eficientemente o outro ouve, mas tem controle sobre a eficácia com que envia a sua própria mensagem”. (Harvey Robbins)






TALITA GODOY
Janeiro/2011

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domingo, 13 de fevereiro de 2011

Aprendi e Decidi - Texto Walt Disney






Comecei 2011 realizando um grande sonho:
vou cursar Mestrado em Comunicação!!!

Obrigada pela torcida.

Bjs
Talita



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domingo, 6 de fevereiro de 2011

Realidade anos 60

 
Revista Realidade é relembrada
por sua relação com as
transformações socio-culturais
dos anos 60


     Nos anos 60, escritores norte-americanos se distanciaram de temas que passaram a interessar aos jornalistas. Estes se apossaram das técnicas da escrita ficcional literária criando o New Journalism. O novo estilo usava o Realismo para narrar histórias verídicas e originais. O Jornalismo Literário chegou ao Brasil com a criação da revista Realidade, lançada pela Editora Abril, em abril de 1966.

A nova publicação contou com o talento de repórteres que atuavam como autores capazes de transcrever a vida real de forma poética e única - especialmente quando o assunto era polêmico - focou personagens comuns que revelavam um Brasil desconhecido. Uma nova leitura que estabeleceu uma nova relação.

Martín-Barbero (1995) define os gêneros como estratagemas da comunicação, diretamente ligados aos movimentos sociais:
 
“O gênero é um estratagema da comunicação, completamente enraizado nas diferentes culturas, por isso, geralmente, não podemos entender o sentido dos gêneros senão em termos de sua relação com as transformações culturais na história com os movimentos sociais. Os gêneros têm muito a ver com os movimentos sociais” (MARTIN-BARBERO, 1995, p. 65).

Maia (1986) analisa a dificuldade deste pioneirismo em ser a primeira revista no país a tratar assuntos tabus: “logo na décima edição ficou claro que fazer jornalismo abordando temas de comportamento em 1966 era mais que um desafio, era um confronto com o conservadorismo da sociedade brasileira”.


E não agradou a todos, embora a revista tenha mudado a cara do Brasil, estabelecendo a “geração Realidade”, como conhecida nos anos 70. A autora avalia seus efeitos da seguinte forma: “O Brasil de 60 é irreconhecível hoje (anos 80), deu um salto em abertura intelectual, em abertura de informações” (MAIA, 1986). Com a chegada do AI-5 a revista teve que mudar seu formato e aos poucos se descaracterizou até deixar de ser o que era.

Por conta deste cenário político houve o interesse de outros autores em pesquisar sobre a revista Realidade, porém com outro foco:

“Ainda falta mostrar a influência da revista na mudança de costumes no Brasil, a mudança na maneira de fazer jornalismo, como tratava cada tipo de assunto e o estilo individual de seus repórteres” (MARÃO, 2010).

Como consta no site Memória Viva, o Brasil é um país sem memória. Este estudo científico vem reafirmar o valor da revista Realidade em sua contribuição para as mudanças sociais da sua época e do jornalismo literário como gênero que surgiu para também marcar transformações culturais.


Trata-se de uma rica página da história na imprensa nacional com poucos estudos científicos nesta linha. 


Como recomendação para estudos futuros se propõe uma análise comparativa entre a formação de opinião antes da internet, como na época da revista Realidade, e agora, sob a influência das redes sociais.

Referências Bibliográficas:


MAIA, Monica. Realidade – a que a censura destruiu. Revista de Comunicação. São Paulo, 18 de out. 1989. Disponível em < http://www.revcom.com.br/rc/rc0.asp > Acesso em 06/01/2011.

MARÃO, José Carlos. Por que falar de Realidade? Disponível em < http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=620AZL001>
Acesso em 28/12/2010.
 
MARTÍN-BARBERO, Jesús. Dos meios às mediações: comunicação, cultura e hegemonia. Rio de Janeiro: UFRJ, 2001.



Talita Godoy
Janeiro / 2011



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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Jornalismo Literário - Parte I



JORNALISMO E LITERATURA:
ÁREAS QUE SE COMPLEMENTAM
PARA ENCANTAR O LEITOR

     Para compreender o presente e vislumbrar o futuro, se faz necessária uma viagem ao passado. Numa volta ao tempo, encontra-se nos anos 60 uma época em que o Realismo teve grande poder de influência no leitor, técnica vista por Wolfe (2005) da seguinte forma:

“A força psicológica, moral, filosófica, emocional, poética, visionária (podem-se fornecer tantos adjetivos quanto for preciso) de Dickens, Dostoievski, Mann, Faulkner, só existe porque eles primeiro conectaram seu trabalho ao circuito principal, que é o realismo” (WOLFE, 2005, P. 58).

Wolfe (2005) compara a introdução do realismo na literatura como sendo “a introdução da eletricidade na tecnologia da maquinaria” (WOLFE, 2005, P. 58). E acrescenta que não foi apenas mais um recurso - para o jornalismo, deu aos jornalistas uma grande vantagem técnica. Em um período marcado por grandes mudanças sociais, surgia uma nova técnica, emprestada de um gênero literário, o New Journalism. 

No Brasil, o Jornalismo Literário foi introduzido pela editora Abril, em abril de 66, com o lançamento da revista Realidade, a primeira publicação mensal a tratar de forma ampla assuntos tidos como tabus.

Para Wolfe (2005, p. 50), “os costumes e a moral foram a história dos Estados Unidos”, rotulando para sempre a década de 60 como uma época de contracultura, ruptura de paradigmas, permissividade sexual, do abandono de comportamentos tidos como adequados. Com a nova técnica usada no jornalismo, surgiram outras interpretações para assuntos polêmicos.

Embora o New Journalism fosse considerado como um estilo que elevou a arte da escrita, para alguns foi taxado como puro enchimento, com personagens de nenhuma grandeza, coisa de gente inconseqüente.

Se para Wolfe (2005) o New Jornalism recebeu o rótulo pejorativo de “não-sério”, Silva (2002, p. 120) expõe a contraposição com o “sério”:

“A prática séria é aquela que aprofunda, critica e transmite informações novas, mesmo utilizando linguagem informal, servindo como ponto de reflexão; a prática não-séria é a humorística, aquela que diverte... O que diferencia uma da outra é mais a forma de vincular a informação” (SILVA, 2002, p. 120).

Para Silva (2002, p.121), a técnica tradicional da escrita jornalística, pirâmide invertida, torna desnecessária a leitura do texto até o fim, já que o mais importante está resumidamente escrito logo no início da matéria. Segundo Medina (2002), a notícia é um produto processado para a venda em banca. O uso da fórmula garante o seu padrão, mas Villas Boas (1996) defende que o texto para revistas evoluiu adotando características próprias que o diferenciam de outros veículos de informação e textos jornalísticos.

Para Villas Boas (2006), Jornalismo e literatura são áreas que se complementam, tendo como resultado um texto nobre e profundo. Para tanto é necessário o domínio da técnica.

Os recursos específicos são descritos em quatro pontos por Wolfe (2005, p. 79): a) a construção cena a cena; b) o diálogo; c) o ponto de vista e d) o detalhamento do status de vida. Para que se chegue aos melhores resultados é necessário um grande domínio da técnica e alta dose de sensibilidade.

“Os escritores mais dotados são aqueles que manipulam os conjuntos de memória do leitor de maneira tão rica, que recriam dentro da mente do leitor todo um mundo que ressoa com as emoções reais do próprio leitor. Os eventos meramente ocorrem na página, impressos, mas as emoções são reais. Daí a sensação única quando a gente se sente “absorvido” por um livro, “se perde” dentro dele” (WOLFE, 2005, p. 79).

A técnica do realismo trouxe ao leitor exatamente o que ele queria:

“Esta é a contribuição desta fase ao jornalismo, ou seja, fazer ver ao jornalista que, aliando literatura (e, portanto estética) ao seu texto informativo, estará atendendo o anseio da comunidade em que está inserido, já que essa comunidade não quer mais saber apenas do catastrófico” (VICCHIATTI, 2005, p. 89).

A partir da compreensão das características do jornalismo literário, tendo neste estudo como objeto de pesquisa a revista Realidade, parte-se para a pesquisa prática que verificará a opinião do leitor sobre a possível influência que o estilo e a ideologia da revista possam ter exercido sobre a sociedade daquela época, contribuindo de alguma forma para as mudanças sociais e culturais que começavam a acontecer no Basil dos anos 60.


 

***Continua...


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:


MARTÍN-BARBERO, Jesús. Dos meios às mediações: comunicação, cultura e hegemonia. Rio de Janeiro: UFRJ, 2001.

MEDINA, Cremilda. Notícia: um produto à venda. São Paulo: Editora Summus, 1988.


SILVA, Josimey Costa da. O humor nada objetivo e um jornalismo muito sério. IN: Communicare: Revista de Pesquisa, Centro Interdisciplinar de Pesquisa. v.2, n.2, p.117-124. São Paulo: Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero, 2002.

VICCHIATI, Carlos Alberto. Jornalismo: comunicação, literatura e compromisso social. São Paulo: Paulus, 2005.

VILLAS BOAS, Sérgio. O estilo magazine – o texto em revista. Rio de Janeiro: Editora Summus, 1996.


WOLFE, Tom. Radical Chique e o Novo Jornalismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.



 

Talita Godoy

Janeiro 2011



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