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domingo, 17 de junho de 2012

Grato Encontro



Vai vendo só que vida mais generosa é essa que tenho:


Pleno sábado gostoso, saideira do Outono, queria eu ficar em casa, entediada, dormindo, mas tive que ir ao teatro, encontrar os amigos para assistir uma peça, bem bacana por sinal (que conto num outro post)...

Primeiro o Manu ofereceu carona, aceitei de pronto... chegamos em cima da hora, as luzes estavam se apagando quando tomamos nossos lugares (Babu, Leandro, Mel, Manu e eu). 

Falei pra alguém sentar na ponta, no vazio do meu lado esquerdo, mas já estavam todos ajeitados quando então uma pessoa parou em pé alguns instantes, procurou lugar melhor... e decidiu ficar por ali. 

Me olhou de cima e disse: com licença, posso me sentar aqui??? Respondi: sim, claro! E olhei com os olhos apertadinhos, fixando melhor a imagem/miragem.....Nãaaaaooooooooo...era ele!!!! Paulinho Faria!!!!! 
Quem diria..........!!!!!! 

...Alegria nossa no final de semana!!!!!

Ficamos todos super felizes com este grato encontro!!!












E pra quem me conhece ou segue o Blog, nem preciso mencionar sobre a admiração e o carinho que tenho por ele e "fãnzoca" alto da lista que sou do Paulinho, certo???? 


Eta vida boooa, sô! 


É só a gente curtir que as coisas boas acontecem...rsrsrs!!!


Deixo aqui um carinho aos amigos que fazem essa minha jornada ter tanto valor...






TALITA GODOY
Junho/2012












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quarta-feira, 6 de junho de 2012

Talita - e as rainhas do deserto


TEATRO: PRISCILLA, A RAINHA DO DESERTO
DIREÇÃO: Stephen Murphy
ELENCO: Luciano Andrey, Ruben Gabira, André Torquato, Saulo Vasconcelos e outros


Aos que gostam da temática gay, ou ao menos simpatizam com ela, Priscilla é imperdível. Mas aos que detestam, seja por puro preconceito ou desconhecimento de causa, Priscilla é imperdível. Errei? Não – Priscilla é imperdível por vários motivos. Procurarei resumir alguns deles a seguir.

O musical reúne canções inesquecíveis, como “I say a little prayer” e “We Bellong”, além de clássicos da diva Madonna: “Material Girl”, Like a virgin”; as divertidas músicas que embalam o mundo gay: “It´s Raining Men”, I Will survive”, “Boogie Wonderland”, e o momento Elvis: “Always on my mind”.

Como não poderia deixar de ser, as cores fortes, em formas por vezes incompreensíveis, tornam o visual atrativo, deslumbrante. O ônibus que circula pelo deserto da Austrália é uma surpresa a parte que custou 3 milhões na produção brasileira. A solução encontrada para “Priscilla” rodar e ao mesmo tempo permitir ao público que acompanhasse cada detalhe do que acontece dentro do ônibus foi de uma qualidade técnica digna de um grande espetáculo, para não dizer mágica! Também o entardecer que faz o palco ficar visualmente tantos metros maior do que realmente é, torna o show incrível.

E não me perguntem nada, pois me recuso terminantemente a revelar o que meus olhos viram, mas garanto que a cena em que surge o ônibus no palco, assim como quando ele é pintado no meio do deserto, arranca o delírio da plateia que expressa “oooohhh!!!” de tão surpreendente que é.

Para quem assistiu ao filme, adentrar ao Teatro e aguardar alguns minutos pelo início do espetáculo pensando em “como” será que os produtores vão conseguir fazer aquelas cenas todas é instigante. Aqueles minutos causam ansiedade e muita curiosidade, pois seria um problema colocar no palco um ônibus, e em cima dele o glorioso e gigantesco sapato de salto alto, símbolo mor de Priscilla, e nele alocar um dos personagens a cantar um belíssimo solo em ópera.







Particularmente considerei como um bom exemplo o valor da criatividade como solução para qualquer problema! Claro que um orçamento generoso ajuda, mas o fundamental é ser criativo, mente aberta e pronta para entrar em ação.

Outro aspecto relevante neste enredo é questão do preconceito. A história se passa durante a viagem de três Drags que atravessam o deserto da Austrália por algumas semanas com a finalidade de fazer um show, mas isso é apenas um pano de fundo, ou seja, uma boa desculpa dada pela ex esposa do ator principal que vai conhecer o filho, de sete anos. Será que ele vai ser bem aceito? Será que o filho vai entender e se dar bem com o pai?

Tudo meio estranho, mas com a educação recebida pela mãe, que o criou no meio artístico e sem esconder as diferenças existentes – e tão evidentes na atualidade – entre os gêneros sexuais, por assim dizer, isso pode dar certo. Porém a história revela o sofrimento que as Drags sentem ao receber agressões, sejam verbais ou especialmente físicas por parte daqueles que se acham superiores, melhores ou mesmo “normais”. Depois de superar tudo isso, pai e filho têm o seu encontro tão esperado, com as expectativas superadas, por fim.





Com um olhar mais de fora para o filme e para o teatro, observa-se a linguagem de um e de outro, as adaptações feitas tanto nos diálogos como na contextualização. Um exemplo é o fato de que no filme um dos personagens é fã no grupo musical ABBA, enquanto que no teatro temos Madonna, mais atual e popular nos dias de hoje, e talvez mais apropriado para agradar ao público mais novo, uma vez que o espetáculo é permitido para crianças a partir dos 12 anos, já considerados pré-adolescentes e que hoje conhecem e curtem as músicas de Madonna. 

Na disciplina Homem e Sociedade, comum em tantos cursos acadêmicos, autores que estudam Antropologia e Sociologia (Laraia, Guiddens) nos colocam a refletir sobre a questão da individualidade e da vida em sociedade com suas semelhanças e diferenças em meio a culturas que podem aprovar ou não essas diferenças, mas o que fecha a questão é o respeito.

Não precisamos necessariamente ser como os outros são, também não devemos cobrar que sejam como somos, mas devemos a todos os outros grupos respeito e consideração como princípios para uma vida em sociedade.

Lamento o preconceito de alguns que nem pensam em assistir a este grande espetáculo por acreditar que o público seja 100% homossexual. Estava eu lá para provar que isso não é verdade! Ninguém recebe um adesivo para colar na testa escrito “gay” mas todos, sem exceção, saem dali com um sorriso largo, quando não rindo, e com o brilho nos olhos de quem se divertiu muito com as aventuras dos amigos Drags. Sendo assim vale a pena pelo espetáculo, atores excelentes, localização ótima, num teatro de alta qualidade. Portanto meu conselho final é: permita-se! 


Com mais tolerância e menos preconceito faremos parte de uma sociedade melhor. 






TALITA GODOY 
MAIO/2012


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