PRIMEIRA VEZ NA ZONA!
Agora eu sei: a primeira vez na zona a gente não esquece. A minha foi numa tarde fresca de segunda-feira, durou algumas poucas horas, porém muito intensas. No final, eu estava com o cabelo desalinhado, pois ventava em cada esquina. Entrou alguma areia nos meus olhos, dei alguns passos lacrimejando. E involuntariamente aspirei um pó branco. Era fino, cheiroso e na verdade caiu sobre mim. Pouca coisa, mas o suficiente para polvilhar o meu casaco preto quando caiu, e por ser leve, subiu até minhas narinas. Gostei do cheiro. No caminho, passei por calçadas esburacadas, ruas movimentadas, passei por faróis que demoravam mais de dois minutos. Muito tempo pra mim.
Antes, uma parada estratégica no Mercado Municipal. A colorido das frutas e o seu aroma naquele lugar, me fazem esquecer que estou no centro da cidade, parece um tipo de paraíso! É claro que isso depende do corredor em que você estiver, pois de um lado estão as frutas e outras especiarias, e do outro se concentram as muitas lojas de sanduíches, dentre eles o astro mortadela... ou "mortandela", se preferir... se pedir um de mortandela também será atendido. De todos os jeitos, só dá ele por ali. O lugar é amplo, alto, com vitrais coloridos que atravessados pela luz do sol iluminam o interior do prédio, projetado pelo arquiteto Ramos de Azevedo, em 1924. Lugar incrível.
E a mortadela me faz lembrar de um amor antigo que sempre tive pelo português. Ah, o português da esquina... sofri tanto com ele, mas não vivo sem ele! Foi por isso que tive tanto interesse na exposição “Menas” apresentada até o mês de julho no Museu da Língua Portuguesa. Ela fazia pensar na popularidade que certas palavras ganham a ponto de nos confundir entre o certo e o errado.
Tinha um filme com uma mesma atriz interpretando quatro “Normas”: a culta, a gramatical, a coloquial e mais uma que não me lembro agora. Elas conversavam sobre o modo diferenciado como usamos as regras do português com os colegas de trabalho, com a família, com os amigos de longa data e outros. De fato, a linguagem vareia, ops! varia...
Por isso a mortadela me lembrou o português, e o português me lembrou que comecei texto falando da primeira vez na zona cerealista, no centro velho de São Paulo.
Para quem precisa de produtos naturais, orgânicos ou diet, agora eu sei e posso recomendar, o lugar ideal para se comprar a um preço melhor do que nos mercados de bairro, é ali.
E como disse o Alexandre, meu guia de turismo contratado desta vez, foi uma aventura, mas valeu o esforço! Voltei pra casa naquelas condições ditas no início, mas com bons ingredientes para uma alimentação bastante saudável.
Depois, foi só tomar um banho quente, prender os cachos, e fazer a primeira vitamina com o Malto, que estava com o saco furado mas foi trocado a tempo, logo depois de me polvilhar! Foi divertido, e quando acabar tudo eu volto lá com meu guia, é claro, pois chegar lá é meio barra pesada, mas compensou dessa vez.
Endereço: Av. Mercúrio, 216 (Próx. ao Mercadão Municipal e ao antigo prédio da Prefeitura)
Preços médios: Malto Kilo R$6,50 / Graviola Kilo R$7,00 / Barrinhas de Cereal pacote com 15 unidades R$7,50
TG
30/08/2010
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