Resumo da aula – Psicologia Organizacional (27/05/2013)
Cultura
Organizacional
Do ponto de vista do senso comum,
cultura se define por mais cultura ou menos cultura, cultura melhor uma do que
a outra. Para o senso comum, quem estuda mais tem mais cultura, mas segundo
esse tipo de raciocínio são poucas as pessoas que dominam diversos assuntos,
que estudaram muito e que, portanto, têm mais cultura. Esse modo de se interpretar a cultura, cai em
julgamento de pessoas e povos, classificam e fazem distinção entre pessoas. A
cultura também se associa a costumas diferentes, com os quais as pessoas tentam
se adaptar.
Mas não está certo se este é um
conceito tão popular? O que é senso comum? À “capacidade das pessoas, de
aplicarem palavras e conceitos para explicar algo que viveram, sem recorrer a
livros, instrução ou reflexão, chamamos senso comum” (KEMP, 2011, P. 50).
Eis uma definição científica: “Cultura
se refere aos valores que compartilham os membros de um corpo, às normas que
estabelecem e aos bens materiais que produzem. Os valores são ideias abstratas,
quanto que as normas são princípios definidos ou regras que as pessoas devem
cumprir” (Anthony Guiddens, 1989).
Ou ainda: “Cultura é um sistema
simbólico, característica fundamental e comum da humanidade de atribuir, de
forma sistemática, racional e estruturada, significados e sentidos às coisas do
mundo” (Clifford Geertz, 1973).
De forma geral, o que se procura incluir em
praticamente todas as definições encontradas para cultura são as realizações
humanas, representadas nos níveis material e imaterial. Aquilo que ele fabrica,
constrói, são as realizações materiais. As artes, as crenças, suas ideias
sentimentos são as realizações imateriais.
Como se pode notar, a diferença
básica entre o conceito científico e o conceito apontado pelo senso comum, é
que este segundo se inspira no conhecimento popular, na experiência prática de
vida para apresentar suas definições, já o conceito científico segue um rigor
acadêmico para definir conceitos. Isso não significa que o senso comum está
errado, mas apenas que a ciência não utiliza o conceito “cultura” do mesmo
jeito.
A antropologia também apresenta
sua definição para cultura, pois ela é a ciência dedicada ao estudo do homem. A
palavra antropologia é composta por outras duas, que vêm do latim: “antrophos”, que significa homem e “logia”, que significa estudo. Surgiu no
século XIX, e para se aprofundar nas diferenças entre os povos europeus e os
demais, aprofundou-se na cultura de cada um deles. Com o passar do tempo a
Antropologia passou a estudar o homem em qualquer ambiente, não apenas tribos
ou pequenas comunidades distantes.
Edward Tylor define cultura, pelo
viés da Antropologia como “um conjunto complexo que inclui os conhecimentos, as
crenças, a arte, a lei, os costumes, e todas as outras capacidades e hábitos
adquiridos pelo homem enquanto membro de uma sociedade”.
Para o antropólogo Roque de
Barros Laraia, afirma que a Antropologia preocupa-se em demonstrar a
importância da cultura e minimizar coisas como nossas características físicas
ou clima e a geografia do lugar em que nascemos. Ele argumenta que mesmo em
ambientes muito semelhantes, mas distantes geograficamente, os grupos humanos
desenvolvem hábitos muito diferentes (KEMP, 2011, p. 21).
Contextualizando para a questão
de cultura organizacional, não é porque uma empresa é do mesmo segmento que a
outra que ela vai ter o mesmo “jeito” de trabalhar. Não é porque um diretor
troca de empresa que ele leva, necessariamente, o seu estilo de gerenciar
processos e pessoas. Cada grupo é formado por crenças e valores específicos,
que determinam a sua cultura particular, estabelecendo o seu jeito de ser, que
deve ser percebido, aprendido e de preferência no qual os novos funcionários consigam
se adaptar.
Por isso num dos exercícios propostos, veio a
reflexão sobre a seguinte frase: Entre as formigas existe sociedade mas não
existe cultura”. Existe ordem sobre os indivíduos do grupo, uma sequência
lógica que todos seguem, vivendo harmoniosamente em sociedade. Mas quais são os
seus valores, suas crenças? Não há. Não há cultura porque não há uma tradição
viva, algo que passe de geração para geração. “Sem uma tradição, uma
coletividade pode viver ordenadamente, mas não tem consciência do seu estilo de
vida (DaMattta, 2000).
Ao chegar numa empresa nova,
observe qual o seu estilo de vida, quais são suas crenças e valores, verifique
se você está apto a se adaptar. Nem sempre é o mais forte que sobrevive, e sim,
aquele que tem maior capacidade de adaptação, segundo conceitos advindos do
darwinismo social.
Dicas de sites:
Referência:
KEMP, Kenia. Homem e Sociedade.
São Paulo: Editora Sol, 2011.
TALITA GODOY
MAIO/2013
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