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domingo, 2 de junho de 2013

Resumo da aula - Psicologia Organizacional (27/maio)



Resumo da aula – Psicologia Organizacional (27/05/2013)

Cultura Organizacional

Do ponto de vista do senso comum, cultura se define por mais cultura ou menos cultura, cultura melhor uma do que a outra. Para o senso comum, quem estuda mais tem mais cultura, mas segundo esse tipo de raciocínio são poucas as pessoas que dominam diversos assuntos, que estudaram muito e que, portanto, têm mais cultura.  Esse modo de se interpretar a cultura, cai em julgamento de pessoas e povos, classificam e fazem distinção entre pessoas. A cultura também se associa a costumas diferentes, com os quais as pessoas tentam se adaptar.

Mas não está certo se este é um conceito tão popular? O que é senso comum? À “capacidade das pessoas, de aplicarem palavras e conceitos para explicar algo que viveram, sem recorrer a livros, instrução ou reflexão, chamamos senso comum” (KEMP, 2011, P. 50).

Eis uma definição científica: “Cultura se refere aos valores que compartilham os membros de um corpo, às normas que estabelecem e aos bens materiais que produzem. Os valores são ideias abstratas, quanto que as normas são princípios definidos ou regras que as pessoas devem cumprir” (Anthony Guiddens, 1989).

Ou ainda: “Cultura é um sistema simbólico, característica fundamental e comum da humanidade de atribuir, de forma sistemática, racional e estruturada, significados e sentidos às coisas do mundo” (Clifford Geertz, 1973).   

 De forma geral, o que se procura incluir em praticamente todas as definições encontradas para cultura são as realizações humanas, representadas nos níveis material e imaterial. Aquilo que ele fabrica, constrói, são as realizações materiais. As artes, as crenças, suas ideias sentimentos são as realizações imateriais.

Como se pode notar, a diferença básica entre o conceito científico e o conceito apontado pelo senso comum, é que este segundo se inspira no conhecimento popular, na experiência prática de vida para apresentar suas definições, já o conceito científico segue um rigor acadêmico para definir conceitos. Isso não significa que o senso comum está errado, mas apenas que a ciência não utiliza o conceito “cultura” do mesmo jeito.

A antropologia também apresenta sua definição para cultura, pois ela é a ciência dedicada ao estudo do homem. A palavra antropologia é composta por outras duas, que vêm do latim: “antrophos”, que significa homem e “logia”, que significa estudo. Surgiu no século XIX, e para se aprofundar nas diferenças entre os povos europeus e os demais, aprofundou-se na cultura de cada um deles. Com o passar do tempo a Antropologia passou a estudar o homem em qualquer ambiente, não apenas tribos ou pequenas comunidades distantes.

Edward Tylor define cultura, pelo viés da Antropologia como “um conjunto complexo que inclui os conhecimentos, as crenças, a arte, a lei, os costumes, e todas as outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem enquanto membro de uma sociedade”.

Para o antropólogo Roque de Barros Laraia, afirma que a Antropologia preocupa-se em demonstrar a importância da cultura e minimizar coisas como nossas características físicas ou clima e a geografia do lugar em que nascemos. Ele argumenta que mesmo em ambientes muito semelhantes, mas distantes geograficamente, os grupos humanos desenvolvem hábitos muito diferentes (KEMP, 2011, p. 21).

Contextualizando para a questão de cultura organizacional, não é porque uma empresa é do mesmo segmento que a outra que ela vai ter o mesmo “jeito” de trabalhar. Não é porque um diretor troca de empresa que ele leva, necessariamente, o seu estilo de gerenciar processos e pessoas. Cada grupo é formado por crenças e valores específicos, que determinam a sua cultura particular, estabelecendo o seu jeito de ser, que deve ser percebido, aprendido e de preferência no qual os novos funcionários consigam se adaptar.

 Por isso num dos exercícios propostos, veio a reflexão sobre a seguinte frase: Entre as formigas existe sociedade mas não existe cultura”. Existe ordem sobre os indivíduos do grupo, uma sequência lógica que todos seguem, vivendo harmoniosamente em sociedade. Mas quais são os seus valores, suas crenças? Não há. Não há cultura porque não há uma tradição viva, algo que passe de geração para geração. “Sem uma tradição, uma coletividade pode viver ordenadamente, mas não tem consciência do seu estilo de vida (DaMattta, 2000).

Ao chegar numa empresa nova, observe qual o seu estilo de vida, quais são suas crenças e valores, verifique se você está apto a se adaptar. Nem sempre é o mais forte que sobrevive, e sim, aquele que tem maior capacidade de adaptação, segundo conceitos advindos do darwinismo social.

Dicas de sites:



Referência:
KEMP, Kenia. Homem e Sociedade. São Paulo: Editora Sol, 2011.


TALITA GODOY
MAIO/2013

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