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terça-feira, 31 de maio de 2011

BLOG - ano 01



Um ano de BLOG talitacomunica... 
boas lembranças em boas histórias!!!   


    
Enquanto escrevo ouço Tango para Tereza, desta vez na voz inconfundível de Ney Matogrosso. Mas a saudade que me dá é a mesma. Saudades daquele tempo! Não tão distante assim, falo de alguns poucos meses atrás em que ouvi dona Terezinha cantando à capela com uma voz que inundou meu coração. 

Ela ainda perguntou: qual você quer ouvir, Fascinação? A outra, eu disse. O nome havia me escapado na hora, mas ela sabia qual. Uma melancolia tão envolvente que me fez arrepiar. Era "Tango para Tereza". Quase chorei! Ela era assim, pura emoção. O mundo perdeu uma grande artista, mas quem sente sua falta? Eu sinto, ainda mais porque tive a chance de conhecê-la naquela mesma tarde, seu último dia de vida. Agora são só lembranças, memórias. E o que há de mais importante na vida, senão momentos que marcam e evocam nossas emoções? 

Há um ano decidi escrever e publicar num Blog. Estou aprendendo, ainda. O exercício é incrível. Incentiva ao registro de situações diferentes, experiências provocantes, recordações que mereciam durar mais do que eu. Ou mesmo textos chatos, técnicos, explicativos, complicados, e agora cismei de escrever sobre minhas aulas do mestrado.

Aluna nova, sabe como é, empolgação de principiante! Que seja, quero aproveitar ao máximo, esse é o meu jeito de curtir o momento.


O BLOG

Tenho até uma pequena galeria de textos prediletos: o próprio Tango para Tereza, as críticas sobre teatro, como das peças Policarpo Quaresma, Hipóteses para o amor e a verdade, Lamartine Babo e os mais antigos, sobre a Pinacoteca, ainda mais antigo sobre a rua onde moro e aquele que inspirou a criação do Blog, sobre o Museu do Futebol. Tem os publicados no site Jornalirismo, que honra! Sobre o silêncio, sobre a Bienal do livro, Relacionamentos Digitais e mais alguns. Escrever é uma delícia, um momento mágico!

Sinto o mesmo em relação à leitura. Lendo eu aprendo, e isso pode ser bem emocionante! A cada leitura percebo o quanto estou longe de saber o que deveria, ou o quanto eu gostaria de saber. Mas o caminho é este, o da descoberta! Cada autor antes desconhecido é uma verdadeira revelação. Idéias, teorias, pontos de vista, mistérios desvendados, ou não. Complexidade, euforia, desespero, fome, alimento para a alma.  Que sorte a vida me deu. Busquei com muita fé, vontade e dedicação. Valeu o esforço, o prazer de chegar lá é incontestável. Único. E este é só o começo de uma nova jornada.


A VIDA

Um brinde à vida! Um ano de vitórias que eu não tinha alcançado antes, a hora era agora. Um ano de decisões importantes, e sobre tudo de atitudes que comprovam minha nada pequena e frágil resiliência, que de tão teimosa me faz um gigante nos momentos certos com a capacidade que algo tem de se regenerar após certa deformação. 

Digo isso pois em 2009 perdi um emprego onde eu tinha amigos queridos dos quais sinto falta pela convivência tão gostosa que tínhamos, e dois meses depois passei pela pior dor do mundo: a privação da companhia, do amor e das orações da minha mãe por mim. Ela faleceu em novembro daquele ano. Chorei, sofri, senti e ainda sinto muito, contudo parece que mesmo com as perdas adquiri forças...
Foi aí que resolvi repensar a vida, reconstruir a base. Viagem de férias ao exterior, na volta a entrega da monografia para concluir a pós-graduação -  sonho antigo que se realizou em 2010 -  emprego novo numa faculdade, e eu ali, meio sem graça da vida, mas disposta a ser feliz. Depois veio outra pós e finalmente o sonho maior, que de tão grande e difícil de acontecer eu nem me atrevia a encarar. O primeiro obstáculo, fui eu mesma. Até que então criei coragem, fui em frente e alcancei o prêmio.


O MESTRADO

Consegui passar no processo seletivo do Mestrado em comunicação. E dois ou três meses depois tô eu lá, no grupo de pesquisa, na equipe de produção de congresso internacional, participando de seminários, palestras, classes selecionadas com professores excelentes. As professoras doutoras Carla e Bárbara são as primeiras, toda reverência à elas... monstras...rs!!!

Às vezes eu fico olhando pra elas enquanto falam e até viajo, penso que é um sonho estar ali. Quanta gente gostaria de ter aquele lugar?! Mas é meu, a vida reservou esta alegria a mim. Que honra, meu caro! Que honra... Que lindo mundo novo!

Outros sonhos virão, projetos, publicações etc. Contudo, pretendo manter "pelo menos" o jeito apaixonado por aprender, pelos amigos e pelo Blog, agora com um ano completo em maio 2011! Que venham histórias, mistérios, visões, movimento, novidades e leitores!



Talita Godoy
Maio / 2011  




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quarta-feira, 11 de maio de 2011

"O enigma da igualdade"- Joan Scott


Resumo da aula 11


Disciplina: Sincretismo Textual e Estudos de Gênero
Profa: Bárbara Heller
Texto: O Enigma da Igualdade
Autora: Joan W. Scott – Princeton University



     O texto foi publicado no Brasil na edição janeiro-abril/2005, da revista Estudos Femininos, de Florianópolis. Se propõe a discutir sobre igualdade e diferença, identidades individuais e grupo. É um texto que nos provoca a reflexão, e como a autora diz, vem oferecer paradoxos, e não problemas fáceis de serem resolvidos.

Conceitos que parecem opostos, mas se colocados assim, deixam de ter percebidas os suas interconexões: “...reconhecer e manter uma tensão necessária entre igualdade e diferença, entre direitos individuais e identidades grupais, é o que possibilita encontrarmos resultados melhores e mais democráticos” (p. 12).

Em alguns momentos do texto a autora usa o termo “ação afirmativa”, entendida como um conjunto de medidas do Estado para eliminar desigualdades; visa combater desigualdades prestando incentivo e suporte aos que precisam (em certo caso, aos ofendidos). A ação afirmativa se distingue da “discriminação positiva”, esta mexe na norma, como por exemplo a criação de cotas para negros ou deficientes físicos. Scott cita que a ação afirmativa tem sido atacada como “uma forma de preferência de grupo que discrimina indivíduos” (p.12) e alerta: “A questão de onde e de como reconhecer grupos de identidade e de quando ignorá-los também se estende aos espaços econômicos e políticos”(p.12).


Grupos X Indivíduos

Os chamados grupos criam padrões nos quais os indivíduos deverão se encaixar, ou seja, seguir para pertencer. Neste ponto do texto, Scott apresenta a definição de paradoxo: “preposição que não pode ser desenvolvida e que é falsa e verdadeira ao mesmo tempo” (p. 13) e cita o exemplo do mentiroso quando diz: “estou mentindo”.

Desta forma a autora explica a razão do paradoxo. Diferença e igualdade, assim como indivíduo e grupo não são opostos, e sim conceitos interdependentes, sempre sob tensão.

Os paradoxos apresentados por Scott no texto são os seguintes (p. 15):

1. “A igualdade é um princípio absoluto e uma prática historicamente contingente.

2. Identidades de grupo definem indivíduos e renegam a expressão ou percepção plena de sua individualidade.

3. Reivindicações de igualdade envolvem a aceitação e a rejeição da igualdade de grupo atribuída pela discriminação. Ou, em outras palavras: os termos de exclusão sobre os quais essa discriminação está amparada são ao mesmo tempo negados e reproduzidos nas demandas pela inclusão”.

A autora expõe suas ideias e começa pelo seguinte conceito, igualdade: “não é a ausência ou a eliminação da diferença, mas sim o reconhecimento da diferença e a decisão de ignorá-la ou de levá-la em consideração.


Igualdade

A igualdade está na decisão em minimizar as diferenças ou mesmo em ignorar sua existência.

No exemplo da Revolução Francesa, a igualdade surge como elemento de princípio geral, para todos, porém na prática, ela favorecia apenas àqueles que possuíam propriedades, sendo negada aos mais pobres; aos escravos, até 1794, por serem propriedade de outros; às mulheres, pois a maternidade e os deverem para com o lar lhe impediam de participara da política. Estes não eram qualificados para exercerem a cidadania, que se baseava na capacidade de ter pensamento autônomo, como tinham os que possuíam propriedades, por exemplo.

Alguns revolucionários surgiam com alta voz para defender os direitos da mulher na cidadania, porém estes mesmos já não defendiam o direito nos negros. Scott cita o marquês de Condorcet.

Na matemática, igualdade significa “quantidades idênticas de coisas, correspondências exatas”, segundo o dicionário Oxford. Porém Scott lembra que como conceito social, a igualdade não tem a mesma medida, sendo menos precisa, variando de tempos em tempos. Assim também em certas ocasiões “a igualdade pertence ao indivíduo, a exclusão aos grupos” (p. 17). Esta menção é feita no exemplo dado quanto à discriminação da mulher, ainda no caso da igualdade de cidadania para homens e mulheres em que ela pertencia a uma “categoria de pessoas com características específicas”, por isso se diferenciavam dos homens. O homem era considerado um indivíduo, ímpar; ela era pertencente a um padrão geral.

Logo depois do período da Revolução Francesa veio a luta do voto para todos, ou melhor, para todos os homens. Ela começou com os trabalhadores social-democratas, que leva a autora ao segundo ponto de análise: “era como trabalhadores, e não como indivíduos que esses homens exigiam reconhecimento de seus direitos individuais” (p. 17).

Scott cita algo muito interessante sobre as feministas, que mesmo sendo mais de 50% da população (francesa), elas se referem a este grupo como sendo de “minorias”. A autora atribui à razão aos “diferenciais de poder entre homens e mulheres” (p.18). Relações de poder.

Ela cita dois exemplos. Do trabalhador que na verdade não gostava do seu trabalho, mas o usava, enquanto “trabalhador”, para defender a causa da cidadania e da individualidade; o outro, de uma feminista que defendia o direito da mulher ser cidadã, alegando que com isso deixaria de pensar em si mesma como “fêmea” e passaria a pensar em si como cidadã. Em ambos os casos, mesmo dentro do grupo eles se diferenciavam, evidenciavam as diferenças.

“Pelo fato de agir a favor das mulheres, o feminismo produziu a diferença sexual, que buscava eliminar – chamando a atenção exatamente para a questão que queria eliminar” (p. 21).

Para Scott, as diferenças são uma forma de organização social, por isso não podem ser resolvidas. Também por isso as resoluções políticas não devem funcionar; a ação afirmativa é imperfeita. “Visando acabar com a discriminação, não apenas chamou a atenção sobre a diferença, como também a abraçou. Visando a tornar a identidade de grupo no tratamento com os indivíduos, ela retificou a identidade do grupo. Não havia outra escolha” (p. 23).

Na teoria democrática liberal, o indivíduo tem garantida a igualdade perante a lei, mas na sociedade, os indivíduos são diferentes: “sua desigualdade repousa em diferenças presumidas entre eles, diferenças que não são singularmente individualizadas, mas tomadas como sendo categóricas. A identidade de grupo é o resultado dessas distinções categóricas atribuídas” (p. 23).

Pertencer ao grupo pode dificultar a igualdade do individuo perante a lei. O problema, portanto, não é o indivíduo, mas “a abstração do conceito de indivíduo mascara a particularidade da sua figuração... a ação afirmativa tem como premissa o indivíduo abstrato e a ficção de sua universalidade” (p.24).

Para eliminar a exclusão, foi preciso que a inclusão se desse ao indivíduo com membros daquele grupo que o excluía, por assim dizer. Então, “para reverter a discriminação, deve-se praticá-la (mas com uma diferença – uma finalidade positiva)” (p. 24).

Scott cita em seu texto o “Plano Filadélfia”, que contrataria as minorias para trabalhar na construção civil. Ela aponta suas dimensões contraditórias como ação afirmativa. Por outro lado, a autora cita seus benefícios, como “um esforço para equilibrar interesses contrários: de direitos e de necessidades; de indivíduos, grupos e do bem coletivo da nação” (p. 26). Outros casos são citados, como o da Universidade do Texas e o caso Hopwood.

Para Scott: “faz mais sentido perguntar como os processos de diferenciação operam e desenvolver análises de igualdade e discriminação que ratem as identidades não como identidades eternas, mas como efeitos de processos políticos e sociais” (p. 29).

E finaliza: “a política tem sido descrita como a arte do possível; eu preferiria chamá-la de negociação do impossível...” (p. 29).




Talita Godoy
11/05/2011



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sábado, 7 de maio de 2011

07 de Maio - Dia do Silêncio



   Tem som melhor do que o da natureza? Para ouvi-lo bem é preciso estar em silêncio. Lembrei disso porque hoje é dia 07 de maio, dia do silêncio. E como aprecio muito “ouvir o silêncio”, resolvi escrever sobre este paradoxo, já que silêncio é a falta de som, amo o silêncio, mas adoro o som da natureza, e para ter um é bom fazer o outro.

Outro silêncio que também é natural, mas pouco praticamos, é naqueles momentos em que alguém precisa falar e ser ouvido. Se ele quer falar, tenho que ouvir, e para ouvir bem, é preciso me calar. Calando-se o ato de ouvir é mais atento, mais concentrado, tem foco e objetivo, mas na busca por uma resposta imediata, nem se ouve integralmente e nem se pensa de forma apropriada. E assim se sucedem os nossos diálogos imediatos.

Por que falamos tanto? Por que ouvimos tão pouco?
Até sozinhos queremos falar e falar, enquanto o silêncio pode trazer tantos benefícios, até maiores do que simplesmente falar de forma desenfreada. E assim dá tempo pra pensar em alguma coisa? É tanta informação que entra na mente que sem um momento de silêncio para refletir sobre tudo, acabamos sem filtro, tudo é engolido sem mastigação. Silêncio, aqui, como sinônimo de tempo, pensamento, reflexão.

Silêncio multiface. Considero importante este tempo para o silêncio e para o vazio, esvaziar é preciso como uma reciclagem, meditação que transforma. O silêncio diz muito, ensina e inspira. No silêncio respiramos, damos impulso à vida, ouvimos a batida do coração. Onde achamos o silêncio total? Será que ele existe? É só físico ou também é espiritual?

Arnaldo Antunes, poeta e compositor, numa entrevista publicada no livro “Sobre o Silêncio”, diz que antes adorava ouvir música para tudo, mas agora, diante do seu computador para escrever prefere o silêncio. Coisa da idade. Concordo.

Mas há quem não goste do silêncio porque lembra solidão. O poeta Ferreira Gullar, em entrevista para a escritora e fonoaudióloga Andrea Bonfim Perdigão, lembra seu período de exílio e da dificuldade que teve vivendo em países diferentes, sem amigos, sem diálogos, em silêncio: “...isso é o exílio no sentido total dele: você, num mundo de coisas, sem afeto, sem gente. Você é gente, e gente precisa de afeto, de comunicação. Uma pessoa num mundo de coisas não se comunica”.

À exemplo de Gullar, há hora de falar, de ouvir, de estar em contato e se comunicar olho no olho. Ao mesmo tempo em que faço um novo convite a ouvir o silêncio, proponho novas experiências com um diálogo mais calmo, mais suave, mais elaborado em sua interatividade. Pensar um segundo antes de apresentar um argumento ou resposta pronta. Tempo para elaborar perguntas interessadas, inteligentes, que o levem a saber o que de fato seu interlocutor pretende ou está sentindo. Outro contraponto: ir mais devagar para se chegar mais depressa a algum lugar.

O texto a seguir foi publicado no livro “Diálogo: redescobrindo o poder transformador da conversa”:

OUÇA...

"Não sei se já examinou o modo pelo qual ouve, não importa o quê, seja um pássaro, o vento nas folhagens, o impetuoso fluir das águas, ou como ouve em diálogo consigo mesmo, sua conversação em vários relacionamentos com seus amigos íntimos, sua mulher ou seu marido...

Se tentamos ouvir encontramos uma extraordinária dificuldade, porque estamos constantemente projetando nossas opiniões e ideias, nossos preconceitos, nossas experiências passadas, nossas inclinações, nossos impulsos; quando eles dominam, quase não ouvimos o que está sendo dito...

Neste estado, não há qualquer valor. Ouve-se e portanto aprende-se, apenas um estado de atenção, um estado de silêncio, no qual todas essas experiências passadas são mantidas em suspenso, quietas; então parece-me, é possível comunicar. A verdadeira comunicação somente pode ocorrer onde houver silêncio". (KRISHNAMURTI)


     Sábias palavras! Eu estava em silêncio quando as li... acabei lendo com respeito e com afinco para assimilar e com respeito para saber usá-las quando preciso for. Da mesma forma que neste exemplo de leitura, o silêncio não significa, ou pode não significar ausência, agressividade, indiferença e sim respeito, confiança, cumplicidade. Ele é parte da comunicação e não uma ruptura. É claro que isso depende da postura e da resposta participativa dos interlocutores, mas em geral, para se estabelecer uma comunicação de qualidade ele se faz presente de forma indispensável.

No livro “Do desejo ao prazer de mudar”, Kourilsky-Belliard diz que o silêncio valoriza a presença do outro: “essa marca de atenção facilita a integração, a reflexão do outro e a criação de algo em comum. A arte do silêncio se manifesta, antes de tudo, através do domínio da dimensão não verbal da comunicação”. E conclui com o ditado: “quem muito fala pouco é ouvido”.

No silêncio se estabelece um conforto entendido por harmonia. Na harmonia as palavras chegam a ser desnecessárias para a compreensão. Aí surge a importância do estar presente, do olhar, do sorriso, da comunicação não verbal que leva duas pessoas a dizer muito no silêncio e confirmando a sabedoria popular: gestos valem mais do que mil palavras.


LEIA TAMBÉM: “CALLATE” PUBLICADO NESTE BLOG EM 15/09/2010

 


BIBLIOGRAFIA:

ELLINOR, Linda; GERARD, Glenda. Diálogo: redescobrindo o poder transformador da conversa. São Paulo: Futura, 1998.
KOURILSKY-BELLIARD, Françoise. Do desejo ao prazer de mudar: compreender e provocar a mudança. Barueri, SP: Manole, 2004.
PERDIGÃO, Andrea Bonfim. Sobre o Silêncio. São José dos Campos, SP: Pulso, 2005.







 




























Níveis de comunicação


PNL - BREVE HISTÓRICO

 
A PNL teve sua origem nos anos 70, na Califórnia, EUA, quando o matemático e estudante de psicologia Richard Bandler e o professor de linguística John Grinder se interessaram pelo estudo de pessoas bem sucedidas e seus modelos de comportamento que os levara a excelência humana por sua eficiência de desempenho. Eles uniram a ciência da computação e da informação com a estrutura da linguística mais a habilidade de seguir modelos de comunicação não verbais, que somados a habilidade de copiar comportamentos não verbais fez surgir a disciplina da Modelagem da Excelência Humana. A busca da essência da mudança os levou a uma grande descoberta: “O ‘como’ as pessoas pensam a respeito de uma coisa faz a grande diferença na maneira como elas irão vivenciá-la” (Site Golfinho).

Como definição para PNL, Bamasque diz o seguinte: “PNL é o estudo de como representamos a realidade em nossas mentes e de como podemos perceber, descobrir e alterar esta representação para atingirmos resultados desejados" (BAMASQUE, 1996, site golfinho). O autor explica ainda que: o sistema neurológico (neuro) representa a realidade, sendo assim cada um pode perceber e usar isto através da linguagem (linguística) e da comunicação não verbal e dessa forma a PNL passa a ajudar as pessoas a organizar esta informação para atingir metas específicas (programação).
Os praticantes da PNL aumentam sua eficácia na comunicação pessoal, construindo relações interpessoais mais satisfatórias. Além disso, a PNL permite desenvolver mais habilidades e recursos para nos guiar com segurança no caminho da excelência humana, nos levando a aceitar as diferenças e valorizá-las, permitindo um melhor trabalho em equipe (site brasil pnl).

COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL

O conhecimento posto em prática prova a capacidade de um líder e mostra o seu valor quando os resultados alcançados em números são satisfatórios. As atitudes dos seus subordinados também dizem muito sobre as habilidades do líder, pois os resultados refletem sua influência sobre a equipe.

O líder mais preparado para a comunicação com a sua equipe e com os seus pares tem maior vantagem, pois se ele for capaz de perceber os sinais que as pessoas lhe passam, ele sairá na frente ao tomar as atitudes pertinentes a cada situação. E quando se fala em comunicação, não apenas se envolve a verbal, mas principalmente a não verbal, que mesmo sem palavras ditas, diz muito. Para percebê-las nas entrelinhas é necessário preparo, observação, conhecimento.
A mesma preocupação deve existir quanto à diferença entre informar e comunicar. A primeira é uma via de mão única, envolve apenas a quem possui a informação a ser passada adiante. Já a outra precisa ser compreendida, pois comunicar é tornar comum, compartilhar. Segundo Gil (2001, p.71) a comunicação deve provocar alguma reação no seu interlocutor. “Pode-se, portanto dizer que a comunicação só pode ser considerada eficaz quando a compreensão do receptor coincide com o significado pretendido pelo emissor” (GIL, 2001, p.73).
 
Para que a mensagem chegue ao seu receptor de forma clara e objetiva, o emissor deve tomar certos cuidados. O primeiro deles é que para ele próprio a mensagem esteja clara; ele deve acreditar nela. Uma outra preocupação que o comunicador deve ter é em não supor o que o outro já sabe; ele deve sempre se certificar de que os dois estarão no mesmo nível de entendimento. Gil (2001, p.74) explica que a suposição pode ser falsa, por isso não se deve supor o que o outro sabe ou pensa, mas certificar-se já no início de uma conversa.
 
Ellinor e Gerard (1998, p. 117) são da mesma opinião quanto a suspensão de julgamento. Ele ouve apenas a si mesmo, é natural do ser humano julgar no sentido de formar opinião, porém, para o diálogo deve ser desenvolvida a capacidade de observação isenta, sem fazer com que o outro se sinta julgado. As autoras explicam que o julgamento esconde o pensamento criativo. Classificar e julgar são atos quase que incontroláveis, mas é preciso saber lidar com ambos, ficando apenas com o que se pode ter de bom proveito deles, como a cautela, por exemplo.
 
A não suspensão de julgamentos, classificações e das suposições deixa pouco espaço para uma visão geral em torno do diálogo e geralmente eles prendem os participantes em reações imediatas, sem dados adicionais, enquanto o ideal é ir além vendo novas possibilidades.
 
Para Ellinor e Gerard (1998, p.129), “suposições são aquelas coisas que achamos que sabemos”. Raramente questionadas, são uma espécie de parte do ser humano embutidas no raciocínio. As autoras comentam ainda que “Quando pessoas com diferentes suposições se encontram, ambas necessitando ter razão com relação ao modo de ser das coisas, é certo que mundos se chocam”.
 
A necessidade de estar certo provoca mais problemas do que as suposições em si; a tendência é julgar toda opinião contrária ou diferente, porém, suspender julgamentos é uma capacidade que permite ver as próprias suposições de forma mais clara, e de modo neutro se pode chegar a novas possibilidades de compreensão.

ESCALA DE INFERÊNCIA

A consciência do próprio raciocínio permite a compreensão da origem dos pensamentos, o que leva o indivíduo a perceber a origem de conflitos e mal entendidos. O termo “A escada da inferência” foi criado por Chris Argyris, como uma ferramenta para o exercício de consciência do raciocínio; trata-se de uma representação gráfica de como o raciocínio se processa. “Coletamos dados, agregamos significado, fazemos suposições, chegamos a conclusões, tomamos decisões e empreendemos ações” (ELLINOR e GERARD, 1998, p.133).

A conscientização de como esse processo funciona permite que as pessoas trabalhem juntas para compreender o pensamento que as levou a diferentes posicionamentos ou ações. Isso pode aliviar tensões e abrir caminhos para a criação de novas alternativas. É também um ingrediente chave para a compreensão de como decisões são tomadas em grupo e em organizações. Da próxima vez que estiver com uma interpretação de eventos muito diferente da de um colega, tente usar a escada para alcançar alguma clareza. A maneira mais eficaz é revelando o seu próprio processo de pensamento e indagando o da outra pessoa. Lembre-se de praticar a suspensão de julgamento durante o caminho (ELLINOR e GERARD, 1998, p.134).

Barker (2007, p.49) se refere à Escala de Inferência como um modelo bastante eficaz para momentos de discussão. “Na base da escada há a observação; no alto a ação”. É a partir da observação que se escolhe a que dar mais importância. No segundo degrau é feita uma referência, onde “se infere significado a partir de sua experiência com dados semelhantes”. No terceiro degrau os significados são generalizados em pressupostos. No degrau seguinte, o quarto, são elaborados os modelos mentais ou crenças, vindos a partir dos pressupostos do degrau anterior e finalmente no quinto degrau vem a ação, baseada nos modelos mentais.
 
Os autores anteriormente citados concordam que, num diálogo, o indivíduo sobe e desce a mesma escada diversas vezes e de uma maneira muito veloz, quase imperceptível. Eles alertam que subir, neste caso, é mais fácil do que descer. Um meio de controlar a velocidade do pensamento e conscientizar-se do seu estado mental é usar a Escada de Inferência. Ela permitirá: “torna-se mais consciente do seu pensamento; disponibilizar esse pensamento à outra pessoa; indagar à pessoa sobre o pensamento dela” (BARKER, 2007, p.50).
 
Fazer perguntas é uma forma de detectar diferenças de pensamentos entre o emissor e o receptor. Isso permite que o emissor “desarme uma conversação antagônica descendo das crenças, pressupostos e opiniões particulares e depois subindo para os significados e crenças compartilhados” (BARKER, 2007, p.50). Permitir-se ser examinado pelo outro também com o uso de perguntas é uma opção válida. As respostas apresentadas poderão mudar o rumo de uma conversa com tendência a virar uma discussão.
 
Tanto Ellinor e Gerard (1998) como Barker (2007) sugerem a leitura do livro A Quinta Disciplina: caderno de campo, de Peter Senge (et al 1994) para melhor entendimento da Escala de Inferência, de Chris Argyris.
 
Tais aspectos, até o momento, foram vistos num sistema de comunicação básico, porém muito eficiente, mas sem a técnica da Programação Neurolinguística. Como será visto ainda neste estudo, ela amplia o campo do entendimento de quem possui seu conhecimento permitindo um nível de comunicação bastante elevado em comparação com o básico.


BIBLIOGRAFIA

BARKER, Alan. Técnicas de comunicação. São Paulo: Clio Editora, 2007.

ELLINOR, Linda; GERARD, Glenna. Diálogo: redescobrindo o poder transformador da conversa. São Paulo: Futura, 1998.



SENGE, Peter (et al). A quinta disciplina: caderno de campo: estratégias e ferramentas para construir uma organização que aprende. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1999.





Corpo - canal de escuta


Comunicação verbal e não verbal:
O corpo como canal de escuta


   A maneira de falar ainda é mais fácil de ser controlada do que os meios não verbais. Barker (2007, p.31) relaciona os motivos pelos quais a comunicação não verbal é importante: ela comunica sentimentos, por ela expressam-se emoções e reações por instinto; quase não se pode fingir com as mensagens não verbais e por isso são tão confiáveis; garante a comunicação, sempre que há um comportamento ele indica que houve comunicação; pode até mesmo substituir as palavras usadas de forma verbal, em alguns casos as comunicações não verbais reforçam, enfatizam ou mesmo contradizem a palavra falada.

Ellinor e Gerard (1998, p.178) consideram a capacidade de ouvir por canais não verbais uma adição poderosa ao diálogo sendo o próprio corpo todo um importante canal de escuta.


 
Barker (2007, p.31) lista uma série de razões pelas quais uma conversa pode mudar de rumo e acabar mal, todas ligadas à forma pela qual o interlocutor interpreta as mensagens não verbais do emissor: elas podem ser ambíguas; são contínuas: mesmo quando se pára de falar o comportamento continua expressando algo; são transmitidas por diversos canais ao mesmo tempo; e ainda por diferenças culturais, uma mesma reação pode ser interpretada de várias formas dependendo da cultura local.

O autor ressalta que para um comunicador eficaz o controle do comportamento é fundamental, pois o permite agir de maneira adequada com o discurso feito. Barker (2007, p.32) considera o contato pelo olhar e os movimentos do corpo os mais importantes a serem controlados. E sempre verificar o contexto, não tentar simplesmente interpretar isoladamente mensagens não verbais, mas observar com atenção e questionar para se certificar do que realmente está se passando pela mente do outro; estas ações podem garantir a eficácia de uma conversação produtiva. O autor lembra ainda que não se pode ler a mente do outro, mas interpretar um comportamento observado.

Kourilsky-Belliard (2004) julga a importância da linguagem corporal como fator que agrega valor à comunicação pessoal: “As mensagens mais importantes são expressas de modo não-verbal. Observando constantemente as reações do outro é possível confirmar se estamos ou não nos entendendo” (KOURILSKY-BELLIARD, 2004, p.161).

Aquilo que não é dito pode ser suficiente para dizer algo. A cultura ocidental não atenta aos micro-sinais do discurso não verbal, porém até o silêncio expressa uma reação e precisa ser observado para ser compreendida. A linguagem corporal chega a contradizer o discurso falado. Kourilsky-Belliard (2004, p.163) afirma que a linguagem corporal não pode mentir.

"Se geralmente, no processo de comunicação, as reações não-verbais são mais importantes que as palavras, é importante também salientar que essas reações não-verbais precedem as reações verbais. Portanto é essencial observa-las atentamente, pois elas anunciam a resposta verbal e permitem medir a distância entre o que o nosso interlocutor diz e o que ele sente. Essa vigilância nos permite também verificar, no decorrer dos nossos intercâmbios, os resultados que produzimos em nossos interlocutores, e assim, se necessário, nos reajustar e corrigir de imediato os erros que contemos. Mesmo que realizemos esses reajustes mais ou menos inconscientemente, é necessário desenvolver essa sintonia de observação e de escuta para dispor dela plenamente nos nossos contextos em que haja muito a ganhar ou a perder "(KOURILSKY-BELLIARD, 2004, p.161).

OBSERVAÇÃO
 
Gil (2001, p.82) é da mesma opinião. Ele lembra que todo o corpo fala e lembra da importância da sua autenticidade para quem fala: “[...] é até provável que a linguagem do corpo seja mais sincera do que a expressa com palavras. Por isso ao se falar, principalmente para um grupo, convém cuidar também dos gestos, para que a comunicação seja harmoniosa” (GIL, 2001, p.82). O autor afirma que o olhar deve ser dirigido a todos, se possível por igual,

Sendo assim, para observar é importante dar atenção aos momentos de silêncio, tanto por parte do interlocutor como do emissor. Gil (2001, p.82) enfatiza a importância de encorajar o outro a falar - parar de falar é aceitar que o outro fale. Silenciar facilita o momento de reflexão que o emissor precisa ter para assimilar o que o outro disse, e reformular o que será dito a seguir.

Da mesma forma Kourilsky-Belliard (2004, p.165) concordam com o valor do silêncio: “essa marca de atenção facilita a integração, a reflexão do outro e a criação de algo em comum. A arte do silêncio se manifesta, antes de tudo, através do domínio da dimensão não verbal da comunicação”.

Quanto ao falar, deve-se levar em conta o local e o número de pessoas a quem se dirige a palavra falada. O tom de voz não deve estar elevado e nem baixo demais, o que tornaria o comportamento indesejável. O mesmo para a velocidade com que se usa a voz, ela não deve ser rápida ou lenta, e sim, mediana para que todos possam compreender sem dificuldades. A dicção com que se articula as palavras deve ser clara, assim como o uso de algumas pausas, que tornam a comunicação mais agradável para o ouvinte. Gil (2001, p.83) aconselha que o uso da linguagem seja com termos simples, porém precisos, com frases curtas, que expressem uma idéia única de cada vez e que siga uma seqüência coesa.

O autor explica que na comunicação os comportamentos de quem fala podem causar dois tipos de reação: atitudes defensivas e receptivas:

Quando o emissor adota uma postura de avaliação, tende a colocar o receptor na defensiva. É o caso, por exemplo, do chefe que diz ao funcionário: preencha esta ficha com muito cuidado, porque sua letra é muito ruim. Este mesmo chefe poderia assumir uma postura de descrição, dizendo: esta ficha precisa ser preenchida a máquina ou com letra de forma. Quando o emissor ao falar adota uma postura de controle, pode provocar resistência. Por exemplo, quando um chefe diz ao funcionário: se você continuar a chegar atrasado, vou providenciar uma advertência por escrito. Se estivesse disposto a proporcionar orientação, esse chefe poderia dizer: convém que você procure não se atrasar, pois é norma da empresa advert6encia por escrito no caso de atrasos consecutivos (GIL 2001, p.84).

O tom de voz usado pelo gestor pode entusiasmar o colaborador, assim como provocar um comportamento mais receptivo por parte dele. Usar uma entonação que demonstre interesse e envolvimento tende a ser recebida com empatia. Gil (apud Gibb, 2001, p.84) explica que as reações de defesa são causadas por “superioridade física, financeira ou intelectual” e as atitudes defensivas são causadas por emissores que transparecem estarem sempre certos, não admitem erros e que não precisam de mais nenhuma informação adicional.

O comportamento defensivo inibe a comunicação, ao invés disso a boa comunicação deve proporcionar apoio. Segundo Gil (2001, p.83) ou a comunicação vai provocar a atitude defensiva ou provocar atitude receptiva. Isso depende em parte do comportamento do emissor ou de quem estiver com a vantagem da hierarquia, como nos exemplos citados anteriormente por Gil (2001). Porém, Berker aconselha: “Trate a outra pessoa como um igual e não correrá o risco de se mostrar superior a ela” (BERKER, 2001, p.63).


EXPRESSÃO VERBAL


A expressão verbal precisa ser aprimorada em relação à expressão não verbal, que exprime o sentimento físico ou emocional. Boog (2001, p.257) ressalta que há mais de 400 mil palavras no dicionário da língua portuguesa, porém, um adulto intelectual usa em seu repertório ativo pouco mais de 20 mil palavras. Isso demonstra como a expressão é limitada. Já as sensações são infinitas e nem sempre podem ser expressas por palavras facilmente encontradas. “A imprecisão reina. E, claro, reflete-se em uma teia de mal-entendidos, de impressões mal formadas, mal acabadas, mal definidas” (BOOG, 2001, p.257).


Para compreender algumas atitudes, se faz necessário o uso da sensibilidade pessoal. Minicucci (2005, p.259) analisa que no conteúdo não manifesto pode-se perceber outros tipos de conteúdo informativo: o lógico, o psicológico e o latente. A comunicação direta quando acontece pessoalmente é superior às demais.


Para o autor a comunicação face a face possibilita a percepção do tom de voz, das expressões corporais, e isso facilita a realimentação da comunicação, pois traz proximidade. Minicucci (2005,p.260) ressalta ainda a importância de se colocar no lugar do outro, criando empatia na comunicação. Procurar entender com é o mundo do outro amplia as possibilidades de entendimento. O autor define empatia como “[...] habilidade de se colocar no lugar dos outros e assim compreender melhor o que as outras pessoas sentem e estão procurando dizer-nos” (MINICUCCI, 1995, p.261).


A sensitividade também é definida como empatia. Ela ajuda a perceber o momento certo em que uma mensagem pode ser enviada. Segundo Minicucci (1995, p.261) há um momento oportuno para a comunicação e alerta que a mensagem pode ser ignorada quando emitida de forma adiantada. Especialmente as mensagens sobre mudanças devem ter o cuidado de envolver os seus ouvintes, pois a tendência é sempre de rejeita-las se as pessoas não participarem do processo de mudança. Ela deve ser dada de forma clara, simples e sem exageros.


Margerison (1993) expõe que signos e sinais são indicações claras de comportamento que revelam o estado do interlocutor:


Uma pista não verbal importante reside no môo como as pessoas se sentam ou ficam em pé ao conversar. Se adotam uma posição defensiva, cruzando as mãos ou distanciando o corpo, isso por si só constitui um sinal de que não está a vontade. Porém, quando se inclinam para a frente e se aproximam, indicam que pretendem apresentar informações importantes, contanto que lhes seja dada permissão, por meio de perguntas e reações apropriadas. [...] Reconhecer os signos e os sinais ajuda a reduzir a tensão e torna o assunto questionável. [...] Se prestar atenção nas imagens, você poderá ter mais facilidade de distinguir signos e sinais do que ouvir dicas e pistas. Por via de regra, palavras e atitudes caminham lado a lado. Portanto é preciso ver e ouvir com cuidado; e acima de tudo é necessário formular perguntas irrestritas de maneira a extrair mais dos interlocutores (MAGERISON, 1993, p.30).


A prática falar, ouvir e observar promove o controle da comunicação tanto para transmitir dicas e sinais como para receber pistas e signos.



• Dicas: indicadores verbais que se você transmite aos outros;

• Pistas: indicadores verbais que os outros transmitem a você;

• Signos: indicadores comportamentais que você transmite aos outros;

• Sinais: indicadores comportamentais que os outros transmitem a você.

 
BIBLIOGRAFIA:




BARKER, Alan. Técnicas de comunicação. São Paulo: Clio Editora, 2007.
BOOG, Gustavo G. Manual de treinamento e desenvolvimento: um guia de operações. São Paulo: Makron Books, 2001.
ELLINOR, Linda; GERARD, Glenna. Diálogo: redescobrindo o poder transformador da conversa. São Paulo: Futura, 1998.
MAGERISON, Charles J. Conversando a gente se entende: técnicas de conversação para executivos. -2 ed.- São Paulo: Saraiva, 1993.
MINICUCCI, Agostinho. Psicologia aplicada à administração. – 5.ed.- São Paulo: Atlas, 1995.















CORPO: CANAL DE ESCUTA

Atos de Conversação

CONVERSAÇÃO - A IMPORTÂNCIA DO OUVIR


   O ato de ouvir é uma habilidade comunicativa da mais importantes que existe. Quem fala quer atenção e quer ser ouvido, e quem aguarda sua vez de falar o faz isso com tanta ansiedade que isso pode atrapalhar o seu momento de ouvir. Por isso ela não deve ser ignorada. “Saber ouvir incentiva a boa comunicação entre as pessoas e possibilita elucidar mais adequadamente as intenções do outro” (GIL, 2001, p.78). Quando se percebe o quanto o ouvir é eficaz, ele pode ser treinado e melhorado.

Dois fatores interferem na atenção de quem está ouvindo: o ambiente externo e a mente de quem ouve; ela precisa estar focada no ato da comunicação, sem dar espaço para pensamentos que fujam do assunto em questão. Gil (2001, p.78) vai além e coloca a postura corporal como fator que pode interferir no ouvinte: “Deve-se manter uma postura relaxada, porém atenta. Convém olhar a pessoa de frente, em lugar de ter que virar a cabeça para vê-la. Em lugar de se sentar ereto ou esparramado pela cadeira, convém inclinar-se suavemente em relação à pessoa”.

[...] A qualidade da comunicação também tem muito a ver com a atitude de escuta, que não é espontânea nem fácil. Escutar significa estar atento para ouvir, dispor-se a ouvir o máximo com a maior fidedignidade possível, o que significa não se distrais enquanto o interlocutor fala, não avaliar ou interpretar o que está sendo dito e não se preocupar com a resposta a ser dada. Muitas pessoas, porém, em lugar de manter atitude de escuta, mantém outras, que são inadequadas [...]” (GIL, 2001, p. 79)

Para Gil (2001, p.80) os pontos a seguir são importantes no ato de ouvir:

• Não se distrair; 
• Não avaliar ou interpretar; 
• Não se preocupar com a resposta a ser dada.

Assim também, o autor se refere ao questionamento como uma das reações que melhor expressam o interesse em ouvir seu interlocutor. Ele cita como exemplo (GIL, 2001, p.80): “Você disse que...; é isso mesmo“? ou “Você se referiu a... Pode esclarecer um pouco mais”?

Barker (2007, p.66) concorda com Gil (2001) que as perguntas são um ponto importante na comunicação e que é ouvindo atentamente as respostas que se ganha tempo para pensar de forma inteligente. Ele lembra ainda que em algumas empresas não se pode perguntar devido a cultura organizacional. Mesmo uma pergunta inteligente pode soar como afronta, e que alguns gerentes não sabem usar da pergunta para se comunicar, muito menos com perguntas inteligentes. Para o autor: “As perguntas são a maneira mais óbvia de se investigar o pensamento das outras pessoas. Ainda assim é impressionante como os gerentes raramente fazem perguntas inteligentes” (BARKER, 2001, p.66).

Para Barker (2001, p.66) as perguntas ajudam a:

• Descobrir fatos; 
• Verificar sua compreensão; 
• Ajudar outra pessoa a ter uma compreensão melhor; 
• Sugerir à outra pessoa que analise a própria maneira de pensar; 
• Solicitar uma ação.

E, enquanto alguém está ouvindo, o outro mesmo falando está observando quem ouve. Berker (2001, p.62) assim como Gil (2001), também aconselha que o ouvinte esteja atento, em postura fisicamente adequada, que o olhe o tempo todo: “A pessoa que fala capta a qualidade da sua atenção por intermédio do seu olhar – talvez inconscientemente – e a qualidade do que ela pensa melhora em função disso” (BERKER, 2001, p.62).

Ellinor e Gerard (1998) classificam o ouvir em 3 níveis:

Primeiro, ouvimos os outros para identificar aquilo que percebemos como importante e para expandir nossa própria compreensão. Segundo, ouvimos a nós mesmos, nossa conversa interna e as nossas próprias vozes ao falarmos. Terceiro, procuramos ouvir os temas coletivos, os significados compartilhados que o grupo está constantemente criando e novos fluxos de significado que possam querer emergir (ELLINOR e GERARD, 1998 p.149).

Se para ouvir não deve haver resistência, para falar deve haver o mesmo cuidado, contudo, Ellinor e Gerard (1998, p.198) citam que “o diálogo fomenta a inteligência coletiva”. Saber qual é o momento certo para falar vem do exercício do ouvir, e ouvir o grupo assim como ouvir a si mesmo em sua voz interior. Ser auto confiante e perceber os sinais da sua intuição dão ao indivíduo as pistas necessárias para ele saber que deve se manifestar e que sua fala poderá contribuir coletivamente.

QUESTIONAMENTOS

Caso haja um questionamento no diálogo, uma indagação por parte do interlocutor poderá se criar a necessidade de defesa. “Sem defesa não poderíamos ouvir os diferentes pontos de vista na sala, necessários para o desenvolvimento de significado compartilhado” (ELLINOR e GERARD, 1998 p.199). Quando há intenção de fornecer informação com perspectiva, aí sim haverá alguma contribuição para o grupo. Não se trata de advogar, mas de questionar para a reflexão.

Tanto a defesa como o questionamento são necessários. Esse guia nos lembra de procurarmos ouvir nossa intenção e tentr estabelecer um equilíbrio entre os dois. Ao notar um peso maior de um lado da balança ou sentir que você e outros estão usando a defesa e/ou o questionamento para proteger ou impor uma posição, eis algumas sugestões. Primeiro, apenas saiba que o grupo saiba o eu observou; ajudará a aumentar a consciência do grupo em relação a conversação. Segundo, faça suas contribuições de uma forma que permita criar mais equilíbrio; se a balança parecer pender para a defesa, tente fazer uma pergunta que ajude a atenção de volta no questionamento e na reflexão (ELLINOR e GERARD, 1998 p.149).

Minicucci (1995, p.249) explica que a comunicação acontece quando o que é falado por um é recebido e bem interpretado pelo outro. Quando isso não acontece exatamente dessa forma pode ter havido uma filtragem, um bloqueio ou um ruído. O autor explica cada uma dessas possibilidades:

• Filtragem: quando a mensagem recebida em parte; 
• Bloqueio: quando a mensagem não é captada, interrompida; 
• Ruído: quando a mensagem é distorcida, mal interpretada.

O autor explica ainda que esses desvios da comunicação provém da forma como cada um ouve e recebe uma informação. As experiências individuais afetam inconscientemente as emoções e ativam os filtros de interpretação. Mesmo escutando fisicamente com os ouvidos há um filtro interno que seleciona uma parte da mensagem por filtro, bloqueio ou ruído. “[...] tendemos a rejeitar idéias novas, por que conflitam com as nossas ‘velhas e queridas idéias’?” (MINICUCCI, 1995, p.252).

Para Minicucci (1995, p.256) a comunicação deveria ser matéria de currículo escolar e desde cedo todo ser humano deveria aprender aquilo que se requer para uma boa comunicação, o que ele resume como melhoria de transmissão e melhoria de recepção. O autor define o problema como sendo de uma engenharia do comportamento humano. Na comunicação deve haver sempre um feedback , palavra inglesa que significa realimentação: “verificar o próprio desempenho e corrigi-lo se for necessário” (MINICUCCI, 1995, p.257).

Margerison explica que todos os envolvidos numa conversa recebem os mesmos sinais, porém nem todos os percebem. A falta de tempo ou a falta de atenção não servem como desculpa para que um executivo não perceba os sinais que seu subordinado lhe passa. Ao ouvir atentamente se mantém o foco nas dicas que o interlocutor passa. Magerison (1993, p.27) lembra ainda que nem sempre as pessoas dizem tudo o que pretendem dizer, apenas insinuam por questão de insegurança diante dos fatos e das reações do outro; isso requer atenção plena de quem ouve.

FILTROS

Todas as conversações e discussões estão repletas de dicas e pistas, bem como de signos e sinais que indicam o que é e o que não é importante. Quem for treinado no controle de conversação identificará rapidamente as principais dicas e pistas e saberá tirar proveito delas. Aqueles que não as distinguirem perderão uma oportunidade e o diálogo pode redundar em falso. Assim, é necessário estar atento a: exemplos de dicas e pistas; como identifica-las e emprega-las; como interpretar signos e sinais; como usa-los no controle de conversação. (MARGERISON, 1993, p.24).

Aquele que está seguro na conversação deve instigar o outro a falar mais para se chegar a um entendimento, porém, sem o sentido de manipulação ou de intimidação para que o outro não se sinta diminuído, mas se entusiasme a falar o que pensa e o que sente, revelando suas preocupações de fato.

O autor orienta que quando o interlocutor usa as palavras “eu”, “mim” e “meu” geralmente ele está se referindo ao que há de mais importante no mundo para ele: ele mesmo. Já as palavras “animado”, “entusiasmado” ou “inquieto”, “aborrecido” e “furioso”: indicam elevada ênfase na conversa. Algumas indicam dúvidas, preocupações, e neste caso elas devem prosseguir; não se deve mudar de assunto mas dialogar para que o outro exponha e reflita sobre a questão. Margerison (1993, p.28) esclarece que não há como determinar quando uma conversa tomará estas proporções, e que por isso mesmo o ouvinte deve estar muito atento, sempre.

O quadro abaixo traz algumas características dos bons e dos maus ouvintes:
 EXERCÍCIO - Conforme as características abaixo, selecione em dois grupos os 


  • Interrompem

  • Mudam de assunto

  • São impetuosos

  • São desatentos

  • Usam uma linguagem corporal negativa

  • Distraem-se com facilidade

  • Concordam discordando

  • São impacientes

  • São desligados

  • Dominam a conversação

  • São rudes

  • Pensam no que vão dizer a seguir

  • Falam demais

  • Desestimulam (ex: olham para o lado)

  • São muito críticos São pacientes

  • Olham diretamente

  • Sintetizam para esclarecer

  • Põe os outros à vontade

  • Dão breves sinais de estímulo

  • Apresentam empatia

  • Detêm-se ouvindo

  • Mostram-se atentos

  • Fazem perguntas abertas

  • Não interrompem

  • Usam linguagem corporal aprovativa

  • Demonstram interesse

  • São concentrados

  • Perguntam o que o outro sente

  • Emitem poucos juízos
    INQUIRIÇÃO E REFLEXÃO

    Para Senge (et al 1999, p.244) a inquirição e a reflexão devem ser aprendidas e desenvolvidas. Estas habilidades, quando praticadas, normalmente começam com o uso das chamadas frases de repertório. No início elas podem soar como pouco naturais, do tipo enlatadas, porém com o treino e com o passar do tempo os conceitos como o da escada da inferência, são assimilados e se mostram muito úteis.

    Senge (et al 1999) oferece um atalho aos que ainda não têm a prática da inquirição, da reflexão e da escada da inferência (SENGE et al 1999, p.245):


    • Identificar as conclusões que alguém esteja tirando; 
    • Solicitar os dados que levam à discussão; 
    • Investigar o raciocínio que liga os dados à conclusão; 
    • Expor a sua inferência e testa-la com a outra pessoa.

    Nas organizações é comum que cada setor queira trabalhar de forma independente dos demais por uma questão de autonomia ou de não assumir alguma responsabilidade em particular, porém, esta cultura vem do pensamento fragmentado cujo efeito é devastador e deve ser combatido o quanto antes. Senge (et al, 1999) explica que a fragmentação domina o comportamento humano e dá um exemplo do que acontece:

    O Marketing vê a produção como um problema. Os gerentes recebem ordens para ‘pensar’ enquanto os trabalhadores, para ‘agir’. Ao invés de raciocinarem juntas, as pessoas defendem sua ‘parte’ procurando derrotar as outras. Se a fragmentação é uma condição dos nossos tempos, então o diálogo é uma estratégia tentativamente provada para recuar do modo de pensar produzido pela fragmentação (SENGE ET AL 1999, p.337).

    Por outro lado, Motta (1999, p.71) lembra que o líder precisa circular pela empresa, ter contato com pessoas diferentes, ter interesse por áreas distintas e perceber a variabilidade que existe dentro dela. Desenvolver a intuição antecipa o pensamento e prepara o líder para determinadas situações; ela é aprimorada pela vivência da diversificação. “É necessário aprender a questionar o óbvio, desafiar o comum, à procura de novas alternativas. Assim se poderá desenvolver uma nova visão de futuro, novas formas de conquistá-lo e novas bases para decidir e agir” (MOTTA, 1999, p.72).


    BIBLIOGRAFIA

    ELLINOR, Linda; GERARD, Glenna. Diálogo: redescobrindo o poder transformador da conversa. São Paulo: Futura, 1998.
    FIORELLI, José Osmir. Psicologia para administradores: integrando teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2000.


    GIL, Antônio Carlos. Gestão de pessoas: enfoque nos papéis profissionais. São Paulo, Atlas, 2001.

    MAGERISON, Charles J. Conversando a gente se entende: técnicas de conversação para executivos. -2 ed.- São Paulo: Saraiva, 1993.MINICUCCI, Agostinho. Psicologia aplicada à administração. – 5.ed.- São Paulo: Atlas, 1995.

    MOTTA, Paulo Roberto. Gestão contemporânea: a ciência e a arte de ser dirigente. – 10.ed.- Riod e Janeiro: Record, 1999.
    SENGE, Peter (et al). A quinta disciplina: caderno de campo: estratégias e ferramentas para construir uma organização que aprende. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1999.





    Outros conselhos práticos que o autor apresenta para a conversação é fazer uma análise de como a própria pessoa participou da conversa fazendo uma retrospectiva crítica. Percebendo algum impasse deve-se elaborar estratégias a serem aplicadas numa próxima situação semelhante. Ao invés de apontar o erro do outro, será mais útil ajuda-lo a enxergar e refletir, esta prática dá bons efeitos quando um se coloca a compreender a visão do outro. O treino ameniza o impacto das argumentações e inquirições que no início podem ser mais diretas e até incômodas, fazendo com que elas se tornem naturais. Não se preocupa em convencer e sim em ajustar as decisões para o lado melhor da conversa.





  • Maus Ouvintes e os Bons Ouvintes: