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terça-feira, 26 de abril de 2016

Reflexões e Teorias da Comunicação - Parte II



Reflexões e Teorias da comunicação
(Continuando - Parte II)


Comunicação como processo social

Após analisar o modelo de Shannon, estudiosos americanos passaram a considerar o processo de comunicação social.
Levaram em conta: a palavra, o gesto, a mímica, o espaço físico, contexto, status e outros aspectos indissociáveis na comunicação.
Até mesmo em silêncio, comunica-se algo.
Esta conclusão partiu por volta dos anos 50 como resultado dos estudos de norte americanos em áreas interdisciplinares, como sociologia, psicologia, linguística, antropologia e matemática. 
Cada povo carrega sua própria cultura e suas regras de comunicação, o que foi notado pelo sociólogo Erving Goffman.


Para refletir

Ao chegar em outro país você nota que os costumes são diferentes. Como agir? Procura se inteirar para seguir os costumes ou mantém seus próprios hábitos, afinal você é um visitante? Você respeita os costumes e as tradições locais, pois você está na terra deles ou espera que eles sejam compreensivos com a sua cultura e que o permitam agir como se estivesse no seu país, de cultura e tradições diferentes?
Em que ou de que forma a diferença cultural pode interferir na comunicação entre duas pessoas de origens distintas? 


A Escola de Palo Alto

Goffman, sociólogo da corrente do interacionismo simbólico, estabelece as premissas para pensar a comunicação humana como uma interação, tendo em conta as regras e as estratégias do jogo.
Cada indivíduo pode querer manipular as regras para benefício próprio e construir um papel de si próprio que lhe permita impor uma melhor imagem. Cada um coloca em cena uma imagem de si, constrói um papel.
Surge a sociologia interacionista estudada na Escola de Palo Alto, na Califórnia, que considera a comunicação um processo integrador, indo além do modelo de comunicação simplesmente linear, pois comunicar é construir um sentido e criar interação. 

Indo além da comunicação interacional, e do modelo de Shannon, o pesquisador Yves Wikin leva em consideração as grandes estruturas sociais, classes e grupos determinados, relações de poder e a influência da mídia (meios massivos de comunicação).
Estes estudos abrem caminhos para questões como: os meios massivos têm poder para orientar ou provocar condutas e impor modas, ou, pelo contrário, expressam desejos, fantasias ou interesses já existentes no público? 
Um dos aspectos centrais dos estudos em comunicação consiste em indagar as relações entre sociedade e os meios de comunicação de massa.
As transformações sociais, políticas, econômicas e ideológicas que se verificam a partir da revolução industrial – e que se intensificam de maneira considerável na Europa e nos Estados Unidos, a partir da segunda metade do século XIX – dão lugar ao que se conhece como sociedade de massa.


Características da Sociedade de Massa

- Expansão do sistema capitalista industrial;
- Divisão e especialização do trabalho, maior demanda de trabalhadores e de qualificação profissional;
- Expansão da alfabetização e criação de sistemas educacionais;
- Complexidade das estruturas sociais;
- Integração e desenvolvimento dos mercados e das cidades;
- Crescimento da população;
- Organização da ordem social (o indivíduo, a justiça social, o trabalho regulamentado, a igualdade);
- Invenções tecnológicas permanentes.   



Comunicação de massa e sociedade

As grandes transformações econômicas criam condições para acesso progressivo de vastos setores da população aos direitos civis e políticos (como o direito ao voto e à educação).
O barateamento dos custos de produção e a alfabetização favorecem a distribuição massiva de bens culturais a um público ávido por consumir.
No final do século XX, crescem significativamente a circulação de periódicos (jornais e revistas), as edições populares de livros e as novelas impressas. Nasce, assim, a sociedade e a cultura de massa.

No começo da década de 1920, o rádio e o cinema se integram à vida de gente comum.








Apocalípticos e Integrados

Apocalípticos: Sentem nostalgia por uma época em que os valores culturais eram privilégio de uma classe. O condicionamento industrial que reproduz as expressões culturais, sustentam, é prejudicial. Seu olhar é desconfiado e conservador, por isso rechaçam qualquer modificação do que já existia e dirigem seus ataques à cultura de massa.
Integrados: Estes, segundo Umberto Eco, carecem de uma visão crítica: não se perguntam pelos interesses políticos e econômicos que sustentam as manifestações da cultura de massa (ou popular). Tão pouco indagam quem gera os produtos culturais e com que consequências. Pecam por certo “liberalismo cultural”. Supõem que a circulação livre e intensa é, em si, naturalmente boa e resulta em benefícios para a sociedade.


Sociedade Industrial

A cultura de massas é boa ou ruim? A cultura elitizada perdeu o seu valor?
Não seria melhor perguntar que ações e intervenções podem se dar para que os meios massivos de comunicação sejam veículos de valores positivos ao invés de simplesmente tentar barra-los ou julgá-los?
A cultura de massa é algo sem volta, tornou-se um produto industrial, direcionado a uma sociedade industrial que consome o produto cultura. 


Para refletir

O que é cultura?
Existe cultura boa ou ruim?
Uma pode ser melhor do que a outra ou que muda é o gosto pessoal, o nível de informação e a tradição de cada povo?
O que é sociedade? Por que e como ela se segmenta? 






O Funcionalismo

A Primeira Guerra Mundial dá início a um grande processo de industrialização e desenvolvimento tecnológico nos Estados Unidos, incluindo o campo da comunicação, que proporciona trocas culturais, estudadas pela sociologia funcionalista.
Na década de 1920 se dão as primeiras transmissões de rádio, sendo, em pouco tempo, colocadas em atividade mais de 600 estações de rádios comerciais.
No período entre guerras o funcionalismo intensifica seus estudos sobre a forma com que determinados fenômenos sociais afetam o funcionamento, a adaptação e a adequação normal de um sistema social.


Publicidade

A partir de 1919, a publicidade se converte em um fator econômico fundamental. A produção de bens em grande escala reduz os preços, mas a manutenção da demanda a longo prazo obriga a gerar mecanismos de identificação por meio da publicidade.


Comunicação Estratégica

A grande Depressão Econômica dos anos 1930, obriga ao presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt (1882-1945) a impulsionar uma reativação da sua política econômica e social. O plano era propor mais empregos e aumento aquisitivo para gerar maior consumo interno.
Reforçando a imagem de “país em pleno crescimento”, e contando com a população que acreditava nisso, cada vez mais pessoas foram apoiando sua política, favorecendo o plano em ação.
A opinião pública passa a ter papel fundamental. Para incentivá-la, são criadas estratégias de comunicação originais.
Uma estratégia publicitária e uma campanha eleitoral podem gerar, a curto prazo, modificações na conduta dos cidadãos, conforme estudos funcionalistas mostravam.


Mass Communication Research

A corrente funcionalista aplicada à comunicação de massa, conhecida como Mass Communication Research, reúne um grupo de investigadores com o propósito de conhecer a influência dos meios de comunicação sobre os indivíduos e a sociedade.
Estuda a comunicação de massas com os métodos das ciências experimentais (análise empírica) empregados na sociologia americana.
Esta corrente assemelha o funcionamento da sociedade a um organismo vivo: afirmam que a sociedade é um organismo vivo, composto por partes independentes que se influenciam mutuamente para manter o equilíbrio e buscar a harmonia em caso de desequilíbrios.
Desta corrente surgem expressões como “corpo social” e “célula básica da sociedade”.


Estudos dos Efeitos


    -  Analisar de maneira exaustiva os efeitos que se pretende alcançar;
-  Conhecer as características específicas dos receptores-consumidores;
- Estudar o desenvolvimento de mensagens apropriadas para que cheguem ao público e produzam os efeitos desejados
-  Medir resultados para retroalimentar o processo e melhorar as estratégias










FONTE: