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terça-feira, 26 de abril de 2016

Reflexões e Teorias da Comunicação - Parte III



Reflexões e Teorias da Comunicação
(Continuando - Parte III)




Propaganda – Papel decisivo

Harold Lasswell (1902-1978), um dos primeiros – e principais – investigadores da Mass Communication Research, afirma que durante a Primeira Guerra Mundial a propaganda havia tomado um papel decisivo, tanto nas situações de conflito como na moral dos exércitos. Em 1927 publica “Propaganda - técnicas no mundo da guerra”.
Assim como haviam percebido que a repetição das propagandas reforçava no consumidor a ideia e o hábito do consumo, a repetição de determinadas palavras se mostrou uma técnica eficiente na política. Por exemplo: usar repetidas vezes a palavra “progresso” tornava o discurso mais influente.

A teoria de Lasswell se tornou conhecida como “injeção hipodérmica”, consistia de uma visão instrumental da comunicação e uma confiança cega na onipotência dos meios.
Era influenciada pela psicologia conducista, intenta analisar e conhecer os estímulos que produzem determinadas respostas nos indivíduos. Defende o emprego de procedimentos estritamente experimentais para estudar as condutas.
Como visto, a comunicação parte de outras áreas, como antropologia, sociologia, psicologia e vai além, chegando no campo da ficção, como provou Orson Welles.

Na noite de 30 de outubro de 1938, o ator e diretor cinematográfico Orson Welles (de Cidadão Kane), aterroriza milhões de americanos. Inspirado na novela de ficção científica “A guerra dos mundos”, do filósofo e escritor inglês H. G. Wells (1866-1946), o relato radiofônico de Welles conseguiu confundir a população que, crendo que se tratava de um caso verídico, entrou em pânico.
Este caso emblemático reafirma a concepção da influência onipotente dos meios de comunicação de massa.








Teoria da comunicação no modelo de Lasswell

Lasswell publica, em 1948, o artigo “Estrutura e função da comunicação na sociedade”.
Preocupado com as ameaças políticas que podem alterar a ordem social (o fascismo, o comunismo, o protesto social), estuda a eficácia na comunicação com o propósito de assegurar o controle social.
Segundo sua teoria, a comunicação cumpre 03 funções principais: A vigilância do entorno (levada a cabo pelos agentes da segurança e suas ameaças); é posta em relação entre os setores da sociedade (por parte do periodismo e dos líderes de opinião) e a transmissão da herança social, por parte da escola e da família.

Funcionalismo Estrutural – Teoria de Merton

O Funcionalismo Comunicativo, desenvolvido por Robert K. Merton (1910-1989), se conhece também como funcional estrutural.
Segundo Merton, existe um certo grau de adequação, ou estabilidade, entre as instituições e os valores de uma sociedade.

Para fundamentar sua teoria, ele se apoia na distinção entre funções e disfunções:

As funções são as condutas que reforçam e asseguram o funcionamento e a estabilidade social.

As disfunções, ao contrário, as alteram.

Exemplo: Campanha #partiuteste  (quantos aderiram? Quantos tiveram alguma restrição em fazer o teste de AIDS no período de carnaval 2015?).

Merton ressalta, com insistência, o conceito de equilíbrio. Define qualquer alteração da ordem social como uma disfunção: circunstância potencialmente nociva para a ordem social.

Como outros sociólogos funcionalistas, Merton vê nas mudanças sociais mais que uma possibilidade de melhora, uma ameaça. Para Merton, com o mass media nasce uma nova era que potencializa as possibilidades de organizar e regular o funcionamento social.

Segundo sua teoria, os meios de difusão de massa teriam as seguintes funções:
    Concedem status hierárquico a pessoas e instituições que compartilham valores com o público, e os dotam de poder de sugestão; Aglutinam os gostos, as atitudes e os valores da multidão; Quanto mais ativas são as mensagens, mais passivos se tornam os receptores-consumidores; O “líder de opinião” proporciona uma aparência de individualização em uma sociedade massificada e unificada. Exemplo: queremos parecer únicos (personalizados) e ao mesmo tempo precisamos nos sentir pertencentes e aceitos por um grupo (identificação com iguais).


Teoria de Lazarsfeld

O sociólogo Paul Félix Lazarsfeld (1901-1976), sustenta em “As eleições acabaram” (1948), que os meios de comunicação e as campanhas eleitorais não influenciam diretamente sobre os votantes. As pessoas tendem a votar no candidato que prevalece em seu grupo social primário e não no qual aparece mais na mídia. Para Lazarsfeld, pessoas votam influenciadas pelos seus grupos sociais (família, igreja, clube social), o que o permite montar o seguinte esquema de influências:  

- Meio de comunicação de massas - Fatores intermediários (Tendências existentes / Entorno) - Condutas


Para refletir
Segundo Klapper, a comunicação de massa não é causa única e suficiente para determinar a influência, mas sim cooperam e reforçam tendências existentes.








FONTE: