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terça-feira, 22 de junho de 2010

DIANA

Bastou cair uma leve chuva em São Paulo e pronto! Metrô cheio. Parece que todos tiveram a mesma idéia: esperar a chuva passar para irem embora – juntos.

No meio do povo estava eu, pensando no quanto é sem graça ir olhando para o nada, vendo aqueles montes de pés no chão! Mas um pensamento, em especial, foi capaz de me tirar do premiado lugar na janelinha e me transportar ao longo do meu caminho.

Cheguei em casa e senti a raiva que dá ouvir, lá de cima, o barulho dos carros passando em alta velocidade sobre os paralelepípedos, descendo a rua feito cart ou carrinho de autorama. Às vezes me acordam no meio da noite. Pior, me assustam pela força da trombada. Corro até a janela para ver se há feridos; talvez eu possa ajudar. O cruzamento é perigoso, fico bem ali, na esquina, de novo no lugar de privilégio: na melhor janela que há.

Mas no Domingo de manhã, não tenho reclamacões. Em meio a prédios novos, casas velhas e pombos – os quais odeio! – posso despertar com o canto de alguns pássaros – os quais nunca vi! –  de bem com a vida, celebro a seguranca, o conforto e o sossego do lar.

Diana, que me viu passar, me viu mudar e me viu crescer! Sei que me espera, pois eu sempre volto. Falta pouco, rua querida! Estou chegando. É o que eu mais anseio agora, enquanto, no saguão do metrô, espero a chuva passar!



Talita Godoy

21/08/2001
Da Estacão Sumaré
11 anos de Rua Diana!


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