O que se viu acontecer com grandes empresas após a crise financeira mundial de 2008 se tornou uma tendência no Brasil. Empresas como a G.M. tiveram tantos problemas financeiros que a solução foi ser repartida em pequenas empresas, o que no Brasil se encaixa no conceito de descentralização e terceirização.
Conforme o IBGE na Pesquisa Mensal de Emprego, os serviços prestados às empresas vêm crescendo de 3% a 6% ao ano. A descentralização é a tomada de liberdade para mais pessoas participarem de decisões importantes para si, a combinação de pequenas peças que formam um grande conjunto. Estes números favorecem o teletrabalho, assim como a evolução da tecnologia, que proporciona maior mobilidade e independência entre outros benefícios.
Com o avanço tecnológico, novas formas de comunicação se tornarão possíveis em breve.
"As aplicações exigirão sempre mais potencia, especialmente no domínio das aplicações interativas: gráficas, voz, linguagem. O reconhecimento da linguagem real (voz), que exige 1000 MIPS de baixo custo ainda não é hoje possível. À medida que formos reduzindo os dispositivos, eles tornar-se-ão mais rápidos e consumirão menos energia; atualmente a fiabilidade de um circuito integrado de 64 megabits é a mesma que a de um transmissor de há trinta anos. O que é verdadeiramente um sucesso!" (OLIVEIRA, p. 49, 2003).
Outros exemplos e autores citados por Oliveira (2003) são Dertouzos, Negroponte e Ichbiah, que também discorrem interessantes pontos de vista sobre evolução tecnológica e suas prováveis influencias nas organizações. Um dos impactos se dará na redução de custos com equipamentos que cada vez mais serão capazes de armazenar arquivos bem mais superiores ao necessário.
Mal foi utilizado o CD e surgiu a disposição o DVD, que em algum tempo poderá ceder espaço ao cartão PCMCIA, com capacidade de armazenar até 300 gigaoctetos. “O custo dos chips continuará a aumentar, mas a relação custo/vantagens por função continuará a diminuir” (OLIVEIRA, p.51, 2003).
A internet provocou mudanças profundas nas organizações, criou novos negócios, novas maneiras de gerar lucro. A WEB como mercado interempresarial crescerá muito nos próximos anos, não apenas consumidores como usuários darão lucros na rede, mas empresas que utilizam equipamentos de ponta com sistemas complexos em sua configuração. Oliveira (2003) cita ainda que assim surgirá a necessidade de novos modelos de empresa.
"Um certo número de tecnologias, indispensáveis à expansão rápida do comércio, progride constantemente: interfaces de utilizador, tecnologias de pesquisa, funcionalidades transacionais visando garantir a execução de uma transação, equipamento de pagamento eletrônico e instrumentos destinados ao estabelecimento de relações de confiança entre parceiros" (OLIVEIRA, 2003, p.60).
Na publicidade também é certo que haverá uma grande mudança ocasionada pelo avanço tecnológico. Quanto mais for utilizada a WEB maior será o apelo para que a informação se torne mais adequada, atraente, lucrativa. Oliveira (2003) define a internet como um instrumento de marketing.
E, mais diretamente ligada a atividade do teletrabalho, Oliveira (2003) faz uma interessante crítica em relação a teleconferências. Ele dá créditos ao seu inegável sucesso mas pondera o fato de que a presença física é indispensável para criar “realidade aumentada” - uma variante de processos interativos em 3-D que permite a reação gestual no mundo virtual que poderá exigir um código apropriado para interpretação de gestos, ou reconhecimento de gestos, captação de áudio ou vídeo.
O próprio acontecimento do mundo virtual será decodificado para o mundo real, fazendo todas as anotações necessárias, sem o uso de caneta e papel. Estes velhos instrumentos serão substituídos por novas tecnologias.
"Computadores e outros dispositivos rivalizarão para fornecer um mundo virtual e ao mesmo tempo aumentado. As reuniões de concepção e de resolução de problemas tornar-se-ão em documentos que poderão ser utilizados de forma mais eficaz do que antigamente" (OLIVEIRA, 2003 p.65).
As principais revoluções no trabalho acontecerão assim que a nova geração assumir o lugar ocupado hoje pelos nascidos entre os anos 60 e 70. Com a aposentadoria desses, quem estará no topo será a geração dos nascidos depois dos anos 80 num mundo globalizado, informatizado, a “Net Generation”, geração Y conhecida também como “Ecoboomers” e “geração ecológica” (LOIOLA, 2009)
Rocha (2008, p. 52) fala sobre a Geração Y mostrando “como a crise mudou o perfil dos impacientes e infiéis executivos da chamada geração y”. Os nascidos nos anos 80, que se graduaram nos anos 2000 chegaram ao mercado de trabalho “numa das fases de mais rápida expansão econômica em todo o mundo” (ROCHA, p.53). Porém, mesmo que esta geração se revele impaciente, infiel e até mesmo insubordinável, passado o primeiro impacto com o mercado de trabalho, eles sentem que em alguns casos é preciso mudar de atitude, mesmo que temporariamente, até o final da crise econômica mundial, que afetou o mercado de trabalho em 2009 e agir com um pouco mais de cautela. No mercado de trabalho tradicional ainda há competitividade e instabilidade, o que demanda mais dedicação e mais fidelidade.
Uma das empresas citadas na matéria é a Ampla, que desenvolveu o projeto Café com Y, uma reunião que acontece uma vez por mês com diretores e executivos e alguns colaboradores desta geração. Outra organização citada é a Suzano Papel e Celulose, no mesmo exemplo de encontros com os mais jovens para observá-los, ouvi-los, aprender com eles e extrair o seu melhor.
O que se notou com estes encontros mensais é que a nova geração é bastante questionadora e gosta de transparência. É desta forma que as organizações pretendem manter os jovens talentos da geração y em suas empresas na expectativa de que em breve eles assumam o controle. Sob o comando dos novos chefes as regras serão outras, mas a produtividade que se espera é a mesma ou ainda maior e melhor.
Dentre os efeitos da evolução tecnológica nas últimas décadas, o maior deles ainda está por vir. A Geração Y começa a assumir postos de liderança e a partir daí é que a mudança vai realmente começar.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
LOIOLA, Rita. O futuro do trabalho. Revista Galileu. São Paulo, n. 216, p.40-57, Julho 2009.
OLIVEIRA, Jayr Figueiredo de. T.I.C. Tecnologias da Informação e da Comunicação. São Paulo: Érica, 2003.
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