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domingo, 6 de junho de 2010

PINACOTECA


ARTE E BELEZA EM EXPOSIÇÃO NA PINACOTECA


Desde a primeira vez que ouvi o nome Pinacoteca achei estranho, engraçado. E sempre tive vontade de conhecer este lugar que, vendo pela televisão parecia muito interessante. A impressão que tive quando finalmente cheguei ali, foi ainda melhor do que na minha imaginação.

A arquitetura é maravilhosa, une o antigo e o moderno num espaço imenso, com três andares inteiros dedicados à arte nacional e internacional. Por si só o prédio já é uma grande obra de arte, elaborada pelo arquiteto Ramos de Azevedo, fundada em 1950 pelo governo do Estado de São Paulo. No início o prédio abrigava o Liceu de Artes e Ofícios, reformado e modernizado em 1990.

Logo na entrada do prédio, a primeira obra que o visitante encontra é composta por copos de vidro fundidos em formatos inusitados, dispostos em uma forma geométrica que recebe uma coloração alternada, parecia hipnotizar!

No alto, grandes janelas no meio de paredes altas, de tijolo à vista como todo o prédio, o que nos faz lembrar o tempo todo que estamos num edifício do outro século. Aliás, outros também o são, mas nenhum com tanto charme e cultura como aquele.

Perguntei à Educadora Cultural Rosangela, que trabalha ali, como é feita a preservação do prédio. Ela me disse que não há nada de muito especial além da manutenção permanente. E por incrível que pareça, o fato de terem os tijolos à mostra, parece que faz os visitantes respeitarem a antiguidade e eles, os funcionários, não costumam ter problemas com relação a isso. Por outro lado, quando chegam visitantes adolescentes, de escolas públicas ou particulares, é um Deus os acuda.

A impressão que Rosangela tem é de que o passeio é obrigatório e eles demonstram muito desinteresse, alguns até fazem o que não devem - como tocar em algumas obras de maneira brusca, correr pelos corredores, e outras atitudes que visam mostrar sinais da rebeldia gratuita, tão característica da sua idade. Fora isso os demais visitantes são tranqüilos, admiradores e pessoas que colaboram com o uso do bom senso.

Outra curiosidade que ela me contou em nossa breve conversa, foi que entre os estudantes que visitam a Pinacoteca individualmente a maioria é formada por estudantes de fotografia. Eles demonstram muito interesse pela exposição visual, suas luzes e cores, e ela gosta de encontrar pessoas assim pelas salas que cuida. Que bom, fico feliz pela Rosangela!

Artistas como Anita Muffatti, Victor Brecheret, Almeida Junior, Eliseu Visconti, Antonio Parreiras e Tarsila do Amaral compõem o rol da exposição permanente. Nomes que alguns conhecem, outros não, mas que fizeram a história nas artes visuais do Brasil.

Além do acervo permanente o local exibe exposições temporárias de artistas de grande importância, como Cândido Portinari. O espaço abriga também a Biblioteca Walter Wey e o Centro de Documentação e Memória.

Um dos diferenciais da Pinacoteca é a liberdade que o visitante encontra em poder carregar consigo o atual objeto de maior estima dentro de uma exposição: sua câmera fotográfica. Desde que o visitante não use o flash, é possível fotografar e até filmar as obras. Uma das salas é chamada de “tátil”, pois nela é permitido tocar nas obras, o que beneficia visitantes que não enxergam. Para eles nesta sala há indicações em braile além de acesso com piso marcado especialmente para sua locomoção. O prédio conta com rampas de acesso aos cadeirantes e elevador amplo.

Notei um número razoável de visitantes estrangeiros, mas não foi encontrado nenhum folheto com dizeres em outras línguas. As obras expostas têm apenas o mínimo de informação para sua identificação, sempre em Português.

Parece que no Brasil ainda não temos a cultura de prestigiar os visitantes de fora do país, o que é lamentável, pois em breve estaremos sediando eventos internacionais de grande porte. Seria bom começarmos a desenvolver este acesso à informação em duas ou três línguas, como já se faz nos países onde o turismo é uma grande fonte de renda. Sem falar na cortesia.

Mas voltando a falar em arte, algumas esculturas impressionam por seu tamanho e riqueza nos detalhes que podem ser vistos muito de perto. Além das telas e esculturas, encontram-se ali obras de arte contemporânea, moderna, bustos, auto-retratos, objetos dos mais variados, muita nudez, muito colorido, paisagens de todos os tamanhos e formas. Numa das salas é possível apreciar a arte chamada de Pré-Hispânica, com objetos esculpidos em ouro e vídeos explicativos sobre povos indígenas da antiguidade em terras vizinhas.

A Pinacoteca fica em frente ao Museu da Língua Portuguesa, para quem não se importa em caminhar muito, vale a pena programar uma tarde inteira para fazer os dois passeios.

Outra boa notícia é que de sábado o ingresso é grátis!


Veja as informações necessárias para programar sua visita:

Local: Largo General Osório, 66 (Ao lado do Parque da Luz e das Estações de Metrô e Trem da Luz). Ou: Pra,Ca da Luz, 02.
Horário: de Terça a Domingo, das 10h às 18h. Você pode entrar até às 17h30.
Ingressos: R$6,00 e R$3,00 (estudantes) – Sábado: grátis. O ingresso também é gratuito para crianças até 10 anos e maiores de 60 anos.
Para escolas, o agendamento da visita educativa é feito por e-mail:

agendamento.pina@gmail.com ou por telefone: (11) 33240943 ou (11) 33240944



O site é  www.pinacoteca.org.br

Texto: Talita Godoy

Foto: Ricardo Ávila
06/06/2010



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