segunda-feira, 17 de maio de 2010
O Preparo do Profissional de Comunicacão Empresarial
Numa organização em que o ato de comunicar não seja a principal atividade, transformar uma informação de alto padrão, quase inteligível, em algo que os colaboradores de base possam compreender, é uma tarefa específica que deve ser desempenhada por um profissional de comunicação, e não por amadores. Mas, só a formação profissional não basta, Bouér (2008) cita que a postura ideal deste comunicador dentro do ambiente corporativo sugere a tomada de algumas atitudes que envolvem comportamentos e tendências, como ética, disciplina, conhecimento, consistência, versatilidade, objetividade, responsabilidade e planejamento, entre outras. O preparo que o profissional de comunicação deve ter é uma das principais ferramentas estratégicas para quebrar barreiras na comunicação interna, criar e manter sinergia entre áreas afins e superar os ruídos da comunicação, que deve ser limpa, clara e disponível para todos. Sendo assim, deve-se observar que não basta falar ou escrever bem. Quanto mais ele buscar conhecimentos específicos sobre o negócio em que ele atua, comunicação, e sobre o negócio da empresa que o contratou para desenvolver a comunicação empresarial, mais o profissional da comunicação estará apto ao seu trabalho. Exatamente da mesma forma ele se torna responsável por desenvolver ferramentas que farão dos demais colaboradores igualmente aptos para serem produtivos, responsáveis, capacitados e envolvidos no processo. Nassar (2005, p. 49) aponta o perfil básico de um comunicador: · Conhecer a fundo o negócio da empresa; · Bom trânsito político, bom relacionamento com as lideranças; · Ser ético; · Ter pensamento estratégico bem desenvolvido; · Ter a capacidade de fazer a leitura dos cenários e interpreta-los; · Ter traços de líder O colaborador é o público mais estratégico que existe. Cada funcionário da empresa é uma fonte de informações que pode expressar o clima da organização, declarar sua satisfação e conforto - ou insatisfação e desconforto - diante das situações cotidianas do ambiente organizacional. Se o funcionário for considerado como o melhor termômetro para se perceber como é a alma da empresa, o profissional de comunicação terá o poder de fazer do colaborador um grande aliado para o fortalecimento da organização, papel que cabe ao gestor de pessoas, mas que poderá usar o material produzido pela comunicação integrada para alcançar estes objetivos. A comunicação interna tem esta competência, de informar e integrar o colaborador. A integração e a sociabilidade não são características exclusivas do comunicador, ela é presente em qualquer ser humano, porém, no caso deste profissional, a sociabilidade pode colaborar em seu trabalho. Clavo (2008) cita a vantagem do comportamento com boas relações interpessoais: Cada posto de trabalho tem requisitos próprios, metas específicas, responsabilidades, tarefas e compromissos a cumprir, que devem ser complementados de forma harmônica pelos demais postos de trabalho. Existem pontos de convergência que podem causar incompreensões. Neste caso, a boa relação interpessoal desempenha um papel vital, dissipando as diferenças existentes, evitando a formação de ilhas organizacionais, propiciando vínculos de entendimento e apoio mútuos (CLAVO, 2008 p. 211). A comunicação interpessoal pode vir a ser uma ferramenta intuitiva do gestor de comunicação para perceber problemas entre áreas que dependem uma das outras, ou que possam melhorar seu nível de serviço quando se afinarem entre si. Facilita processos e proporciona integração entre áreas, dissemina a sinergia tão necessária para o ambiente empresarial, especialmente o financeiro. A comunicação é inseparável da administração e vice-versa. O profissional de comunicação que atua em uma organização deve ter conhecimento na área de administração. Um dos exemplos é saber usar ou pelo menos saber como funcionam as ferramentas de medições, pesquisas e indicadores como Balanced Score Card (BSC), Indicadores de Qualidade, Indicadores de Desempenho, Indicadores de Acompanhamento e Sistemas Métricos de Avaliação Digital entre outros, conforme Nassar (et al, 2005, p. 161). Da mesma forma o profissional deve ter a noção daquilo que não é pesquisa para não se deixar enganar e ter em mente que o seu foco deve ser a Pesquisa de Opinião, que Nassar (et al, 2005) define como “investigação sistematizada para identificar a opinião de um grupo a respeito de determinado tema” (et al 2005, p.161), no caso, a comunicação interna. Para Nassar (et al 2005) a pesquisa em comunicação interna é extremamente útil também para se compreender a demanda interna de informações, clientes, acionistas e fornecedores. O autor aconselha jamais planejar sem pesquisar, assim é possível substituir o “eu acho” por “os dados dizem que”. Na tomada de decisão a pesquisa tem papel fundamental. Para lidar com tais ferramentas espera-se um mínimo de conhecimento por parte do profissional e que ele tenha conhecimento noções de administração e do negócio da empresa onde ele trabalha, como citado em outras partes deste texto por uma questão de ênfase no tema. Torquato (2002, p.7) enfatiza a tendência da profissionalização do sistema de comunicação e da maior qualificação do profissional de comunicação. Consequentemente deve existir por parte dos altos executivos um melhor entendimento de que este profissional é um estrategista e assessor direto “cuja contribuição será decisiva para a articulação de um discurso adequado e de uma identidade organizacional compatível com os negócios”.