segunda-feira, 17 de maio de 2010
Desafios na Comunicacão Empresarial
O grande desafio do profissional de comunicação interna é não apenas fazer com que ela aconteça, mas mensurar os seus resultados. É fato que a comunicação é um elemento de transformação tão importante para as relações pessoais que chega a ser determinante para a convivência, fundamental para o conhecimento, vital para os negócios. Mas gerenciá-la é questão crucial. O que se encontram como fatos na história, é que ela sempre existiu, e como comunicação interna organizacional, propriamente dita, teve os seus primeiros movimentos no começo do século XX. Em 1906 foi criado o primeiro escritório de Relações Públicas que se tem notícia. O jornalista Ivy Lee teve a iniciativa nos EUA e alguns anos depois, a partir de 1914, departamentos, escritórios e agências de R.P. surgiram no Brasil. A atividade (RP) que nos seus primórdios (final do século 19) teve como protagonistas pessoas como o agente de imprensa Phineas T. Barnum e o jornalista Ivy Lee, destacava-se apenas por seu viés jornalístico – que, nos últimos cem anos, incorporou valores, crenças, tecnologias e profissionais de áreas como psicologia, direito, ciências sociais e administração. Ou seja, é uma atividade democrática que ganhou uma dimensão estratégica para qualquer tipo de organização (NASSAR, site observatório da imprensa). As pesquisas na área de Relações Públicas surgiram na década de 50, e foi na década seguinte que a profissão do RP teve sua regulamentação no Brasil com a instalação de escritórios pelo país (NASSAR et al 2005, p.160). Estes primeiros movimentos passaram por diversas fases, incluindo a do Regime Militar, em 64 em que as pesquisas de opinião tiveram um grande retrocesso. Foi somente depois dos anos 80 que a comunicação empregou sua força como ferramenta empresarial com o crescimento nos negócios em Publicidade, Assessoria de Imprensa, Eventos, Relações Públicas e outras áreas. Com o passar do tempo, até mesmo médias e pequenas empresas passaram a sentir resultados na prática da comunicação empresarial. Torquato (2002) cita que a partir dos anos 90 a sociedade estava mais organizada com a globalização, com os avanços na tecnologia, com o fortalecimento político e econômico no Brasil; o cenário empresarial evoluiu também. As empresas aderiram a conceitos mais leves de gestão, os empresários passaram a se fazer mais presentes entre os funcionários, afetando inclusive o clima organizacional. Houve maior interesse pelo público externo, por qualidade e consequentemente pelo colaborador. Foi aí que a comunicação interna, integrada, ou ainda organizacional, passou de vez a atuar junto ao público interno. O Endomarketing, ou Marketing Interno, é usado para sintonizar e sincronizar todas as pessoas que trabalham numa empresa e na implementação e operacionalização de ações mercadológicas. É uma das ferramentas mais aplicadas à melhoria do clima organizacional. Bekin (1995) foi o criador do termo Endomarketing, uma junção de Marketing com endo, que no grego significa posição ou ação interior; movimento para dentro. O Marketing voltado ao cliente interno promove o fortalecimento e construção de redes de relacionamento, compartilha a idéia de que todos são clientes de todos dentro da empresa. Com o uso da comunicação interna todos passam a conhecer e a respeitar objetivos, estratégias, metas e formas de atuação da empresa. Como objetivo do Endomarketing, o autor do nome define da seguinte forma: “facilitar e realizar trocas construindo relacionamentos com o público interno, compartilhando os objetivos da empresa ou organização, harmonizando e fortalecendo relações” (BEKIN, 1995, p. XVII). O início dos estudos nos anos 80 apontou as seguintes fases do Endomarketing: satisfação do cliente interno; orientação para o cliente; implementação da estratégia com gestão de mudanças. Como resultado, Rabello (2008) nota que a comunicação interna diminui o isolamento entre departamentos; reduz atritos internos; ajuda a quebrar resistências; promove mudanças. Também atua fortemente na motivação dos colaboradores, no seu comprometimento, na disseminação de valores, visa à satisfação do cliente interno, o que gera resultados positivos para a empresa. A comunicação alimenta esta cadeia de resultados. Torquato (2002) define a missão da comunicação interna ou do Endomarketing como: “contribuir para o desenvolvimento e a manutenção de um clima positivo, propício ao cumprimento das metas estratégicas da organização e ao crescimento continuado de suas atividades e serviços e à expansão de suas linhas de produtos” (TORQUATO, 2002, p.54). As considerações mencionadas são uma breve referência à importância da comunicação interna como um todo, porém, o aspecto principal desta pesquisa é verificar se a informação realmente é distribuída a quem depende dela para desempenhar sua função, se ela é ou não adequada, de fácil compreensão, e se deixa dúvidas que possam comprometer resultados. Sob esta análise a comunicação interna será uma vantagem competitiva e uma forte ferramenta estratégica para a organização.